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Menina de cinco anos raptada, torturada e violada em Nova Deli

Sam PANTHAKY/AFP

Centenas de pessoas voltaram a sair às ruas de Nova Deli, na Índia, enfurecidas depois de mais um caso de violação, desta vez, de uma menina de apenas cinco anos, que terá sido raptada, torturada e mantida em cativeiro durante 40 horas. Um suspeito, de 22 anos, foi detido.

A polícia deteve, este sábado de manhã, um suspeito, identificado como Manoj, de 22 anos, em Bihar, e levou-o para interrogatório em Nova Deli.

No domingo passado, terá raptado e levado a criança para um apartamento que possui no mesmo prédio onde a menina vive com a família. Ali a manteve em cativeiro durante 40 horas, violando e torturando, até a abandonar por pensar que estaria morta e fugir para Bihar. A menina foi encontrada na quarta-feira.

Os médicos dizem que a criança sofreu ferimentos graves e hematomas, nomeadamente, no pescoço e genitais. Estava "consciente e alerta" e o seu estado de saúde é "estável", mas os ferimentos estão infetados e são tão graves que poderá precisar de cirurgia reconstrutiva, referiu um responsável hospitalar, segundo a agência Reuters.

"É a primeira vez que vi uma barbárie assim", confessou o médico R. K. Bansal, numa entrevista televisiva, citado pelo "The New York Times". "Havia ferimentos nos lábios, face, braços e ânus. O pescoço tinha marcas de hematomas, indiciando que foram feitas tentativas para a estrangular", acrescentou.

Os protestos, que começaram na sexta-feira, aumentaram de tom depois de serem reveladas imagens de um polícia a agredir uma manifestante na cidade de Aligarh e de ter sido divulgado que os investigadores ofereceram dinheiro à família da menina (2000 rupias, 28 euros) para que não fosse apresentada queixa.

Este sábado, cerca de mil pessoas protestaram em frente à sede da polícia de Nova Deli e várias tentaram furar as barreiras metálicas do perímetro de segurança.

Outros protestos ocorreram junto ao hospital onde a menina de cinco anos está internada e junto à residência do ministro do Interior.

Estas manifestações enfurecidas, a exigir maior proteção das mulheres na Índia e a punição dos violadores, trazem à memória a onda de protestos de dezembro, quando uma estudante de 23 anos foi vítima de violação coletiva num autocarro e acabou por falecer devido aos ferimentos sofridos.