O papa Francisco condenou, esta quarta-feira, as situações de "trabalho escravo" no mundo, referindo-se nomeadamente às condições das vítimas do desabamento de um prédio no Bangladesh onde funcionavam fábricas têxteis.
"Umtítulo que me surpreendeu no dia da tragédia do Bangladesh foi'Vivia com 38 euros por mês'. Esta era a forma como eram pagas aspessoas que morreram. Isto é chamado trabalho escravo",declarou o papa durante a homilía que assinalou no Vaticano o 1º deMaio.
Asautoridades do Bangladesh elevaram, esta quarta-feira, para 402 onúmero de mortos confirmados na sequência do desabamento de umprédio nos arredores de Daca, onde estavam instaladas fábricastêxteis, há uma semana.
Cincofábricas operavam no prédio de oito andares que ruiu em Savar,naquele que foi o mais grave acidente industrial do país.
"Hoje,no mundo, esta escravidão está a ser dirigida contra algo bonitoque Deus nos deu: a capacidade de criar, de trabalhar, de terdignidade. Quantos irmãos e irmãs se encontram nesta situação",disse Francisco na sua homilía.
Referindo-seao desemprego, o papa lembrou que há muitas pessoas que queremtrabalhar mas não podem, considerando que uma sociedade em que "nãoé dada a todos a possibilidade" de ter um emprego não é umasociedade justa.