Economia

Deco atribui críticas ao leilão a "tentativa de desviar atenção do essencial"

A Deco desvalorizou esta quinta-feira as críticas às condições do leilão que promoveu para o fornecimento de eletricidade a mais de milhão de consumidores, considerando que "é uma tentativa de desviar a atenção do essencial".

"Desde o primeiro momento demos conta que haveria a possibilidade de haver o pagamento de uma comissão de angariação (pelos operadores) e nenhuma das empresas apresentou (a condição) como elemento impeditivo para não ir a concurso", disse à Lusa a porta-voz da Deco, Rita Rodrigues.

A Galp anunciou esta quinta-feira que "decidiu não participar" no leilão devido às condições impostas pela associação de defesa do consumidor, criticando a obrigação de pagar uma comissão por cada cliente contratado.

A responsável da Deco admitiu que o pagamento de uma comissão de angariação é "uma hipótese", considerando que é uma condição habitual neste tipo de negociação.

No entanto, Rita Rodrigues sublinhou que "nenhuma das empresas apresentou esta condição como elemento impeditivo para não ir a concurso".

A responsável da Deco disse estranhar que "nem todas as empresas estejam a respeitar" o pacto de confidencialidade em relação às negociações, que elas mesmo solicitaram.

"As condições impostas aos operadores para participarem no referido leilão, nomeadamente o pagamento de uma comissão por cada cliente contratado, não permitiam a elaboração de uma oferta competitiva para as famílias Portuguesas e com racionalidade económica", explicou a Galp Energia.

Em fevereiro, aquando do anúncio do leilão, a DECO explicou que poderá vir a cobrar uma comissão por cada contrato assinado junto do fornecedor que ganhar o leilão e que será divulgado na sexta-feira.

A associação indicou então que quer "privilegiar" os associados e só irá reter o valor dos não associados "para cobrir os custos administrativos, de organização, de publicidade, de gestão e o investimento em programas".

A Galp Energia, a Gas Natural Fenosa e a Iberdrola já disseram que não participaram no leilão. Excluídas as três empresas, restam a EDP e a Endesa a operar no mercado livre de eletricidade.

Redação