Economia

"Precisamos de uma resposta europeia mais intensa", sustentou Passos Coelho

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, defendeu, esta segunda-feira, que é preciso uma "resposta europeia mais intensa", porque Portugal e Espanha não conseguirão sozinhos vencer a crise que enfrentam e retomar uma trajetória de crescimento.

"Nãoconseguiremos vencer em Portugal e Espanha esta crise sem tomarmedidas à escala nacional que são indispensáveis, mas nãoconseguiremos sozinhos vencer esta crise. Precisamos evidentemente,como já temos tido, do apoio dos nossos parceiros europeus, masprecisamos também de uma resposta europeia mais intensa",afirmou Pedro Passos Coelho, na conferência de imprensa da XXVICimeira Luso-Espanhola, no Palácio da Moncloa, em Madrid.

Com ochefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, ao seu lado, oprimeiro-ministro português disse que os dois confirmaram a sua"sintonia" quanto ao essencial das questões europeias.

"Tivemosoportunidade de discutir o contexto europeu da crise que estamos aviver, e que é indissociável das nossas trajetórias e das nossasperspetivas nacionais, e tivemos também oportunidade para constatara importância das ações e medidas ao nível europeu que sãonecessárias para potenciar o impacto dos nossos esforços nacionaispara o crescimento e para o reforço da competitividade e doemprego", referiu.

SegundoPassos Coelho, ambos entendem que é fundamental a "criaçãoplena da união bancária" e a "construção de umaverdadeira União Económica e Monetária" para combater afragmentação financeira e facilitar o financiamento à economia.

Oprimeiro-ministro considerou que o financiamento à economia "nãodepende apenas dos governos, depende também do sistema bancário,depende evidentemente do mecanismo de transmissão da políticamonetária do Banco Central Europeu, depende deste ambicioso projetode uma união bancária e financeira na Europa".

Nesteponto, o chefe do executivo lamentou que não tenha sido possível"alcançar um acordo quanto a um esquema comum de garantia dedepósitos, embora quer o Governo português quer o espanhol defendamum sistema comum europeu, único, portanto, de garantia de depósitos"e disse esperar que eleições internas não sejam obstáculo àconcretização dos objetivos acordados.

"Oque está previsto, em qualquer caso, é uma diretiva que estabeleçadisposições comuns para todos os países europeus. É aqui que nósprecisamos de fazer mais progressos. E espero sinceramente que,independentemente do calendário eleitoral que cada um possa ter noseu horizonte, nomeadamente a Alemanha, não se deixe de cumprir asmetas que estão traçadas, porque isso corresponderia a um revésmuito grande para os europeus", declarou.

A seguirà Cimeira Luso-Espanhola, o ministro de Estado e dos NegóciosEstrangeiros, Paulo Portas, esteve na cerimónia de assinatura de umprotocolo de cooperação entre a Câmara Hispano-Portuguesa e aCâmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, na embaixada dePortugal em Madrid, sem prestar declarações aos jornalistas.

Redação