A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, abandonou, esta terça-feira, uma reunião com o Governo ao fim de dez minutos, rejeitando negociar as propostas colocadas em cima da mesa pelo executivo.
"Nãonos sentamos a discutir matérias que sejam para despedirtrabalhadores, rescisões que se traduzem em despedimento erequalificação, que é também despedimento", disse acoordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, aos jornalistas.
Depois deuma reunião de cerca de dez minutos com o Secretário de Estado daAdministração pública, Hélder Rosalino, no Ministério dasFinanças, Ana Avoila disse ter transmitido ao governante que"enquanto não retirar aquelas matérias de cima da mesa com aFrente Comum não discute nada".
"Ogoverno pretende neste momento dizer que está a fazer a negociaçãode uma forma legal, no âmbito do Orçamento Retificativo. Dizemosque está enganado. Mais que isso, os sindicatos da Frente Comum nãose sentam para discutir o despedimento dos trabalhadores. Estamosaqui para defender trabalhadores e não para os enterrar",reiterou a dirigente sindical.
Ana Avoilaacentuou que "estar sentado à mesa das negociações é por umselo branco nas medidas previstas pelo Governo", o que aestrutura sindical rejeita.
HelderRosalino reuniu-se, esta terça-feira, com a estruturas sindicais daFunção Pública para discutir o novo regime de mobilidade que ogoverno pretende transformar em requalificação dos trabalhadores.
A propostaapresentada há uma semana previa que, na sequência de um processode reestruturação, os trabalhadores seriam colocados no quadro demobilidade durante um período máximo de 18 meses.
Se, nofinal deste tempo não arranjassem nova colocação, teriam que optarpor duas vias: ficar no Estado, com uma licença sem vencimento ourescindir o contrato, levando a correspondente indemnização, semdireito a subsídio de desemprego.
Segundonotícia avançada sábado pelo Expresso, o Governo deveráapresentar aos sindicatos da Administração Pública uma nova versãodo diploma da mobilidade especial, na qual aceitará acomodar osubsídio de desemprego para os trabalhadores que cheguem ao fim doperíodo da mobilidade sem arranjarem nova colocação mas, emcontrapartida, reduzirá o tempo do programa.
Osecretário de Estado da Administração Pública reuniu-se também,durante esta terça-feira, com a Frente Sindical da AdministraçãoPública (FESAP) e a Frente Comum.