O secretário-geral do PCP acusou, este sábado, o presidente da República de "corresponsabilidade" na política do Governo "que sistematicamente viola a Constituição", o que justifica, "o clamor de indignação", que, este sábado, se fez ouvir em Belém.
"Háum sentimento de indignação profunda porque do presidente daRepública há um papel de corresponsável nesta política e nesteGoverno, mesmo sabendo que não há um regular funcionamento dasinstituições e tendo em conta que este Governo sistematicamenteviola a Constituição", afirmou o secretário-geral do PartidoComunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa.
O líderdos comunistas portugueses marcou presença, este sábado, namanifestação convocada pela CGTP para as imediações do Paláciode Belém, residência oficial do presidente da República, CavacoSilva.
Osecretário-geral do PCP disse mesmo que os protestos deveriam levarCavaco a "esfumar-se à beira do Palácio e tirar as suasconclusões".
"Esteclamor de indignação é ajustado e justificado por essacorresponsabilidade do presidente da República", acrescentouJerónimo de Sousa, que considerou que os milhares de manifestantesconcentrados em Belém "são uma grande manifestação, tendo emconta a exigência e imperativo nacional de demissão do Governo econvocação de eleições antecipadas".
Jerónimode Sousa defendeu ainda que "o povo português tem cada vez maisconsciência de que o Governo não pode continuar, porque só querdar cabo do resto" e sublinhou que são manifestações como asde hoje que levaram a que o executivo tenha agora "uma basesocial de apoio reduzidíssima".
O líderdo PCP declarou que a eventual convocação de uma greve geral é umadecisão que cabe aos trabalhadores, ainda que considere que oGoverno tem em curso "uma ofensiva" à função pública eao setor privado".
Quanto àpossibilidade de Portugal vir a pedir à 'troika' (Fundo MonetárioInternacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) arenegociação das metas do défice para 2014, Jerónimo de Sousaentende que o país não precisa "de um remendo", mas dever rejeitado "de forma clara" o memorando de entendimentocom as instituições internacionais.