Segurança

Detenção de manifestantes visa obter ficheiros políticos, diz Garcia Pereira

Os 226 manifestantes compareceram em tribunal Paulo Spranger/Global Imagens

Os 226 manifestantes identificados esta quinta-feira por terem cortado o acesso principal à Ponte 25 de Abril serão ouvidos em tribunal no dia 12 de Julho. O julgamento foi adiado a pedido da Defesa, que já acusou a polícia de querer obter ficheiros políticos e policiais de ativistas sociais.

Os manifestantes são acusados de crime de perigo de segurança rodoviária e terão de se apresentar no tribunal no próximo dia 12, já que os advogados de Defesa, entre os quais Garcia Pereira, requereram, esta sexta-feira, o adiamento para preparação do processo.

O advogado Garcia Pereira disse que foi requerido prazo para defesa, que é de 15 dias, e que "naturalmente impedia que se fizesse o julgamento" antes.

"Parece-me que era a única solução possível, face à confusão aqui instalada", disse, por sua vez, o advogado Vasco Marques Correia, referindo-se às 226 pessoas notificadas.

Garcia Pereira reiterou que as pessoas foram "conduzidas pela polícia a uma armadilha, montada" com o objetivo de "criar ficheiros de pessoas ligadas a estas iniciativas de protesto".

"O que temos aqui é uma coisa muito grave, que é a realização de ficheiros políticos com dados de ativistas sociais que vão a manifestações. Algo que está proibido desde o 25 de Abril [de 1974]", disse ainda aos jornalistas.

*com Lusa