O Sol é o astro que mais influencia a vida na Terra e, mesmo assim, ainda são muitas as dúvidas dos cientistas sobre a constituição do astro-rei. Para desvendar alguns dos mistérios que ainda persistem, a NASA enviou, quinta-feira, para o espaço, o satélite IRIS. A missão de observações, que durará cerca de dois anos, está orçada em 182 milhões de dólares.
IRIS é asigla em inglês de Espectógrafo de Imagens da Região de Interface, a qual deu nome à missão da NASA que pretende investigar a forma comoa massa que constitui o astro-rei se move, ganha energia e aquece àmedida que passa através uma região ainda pouco conhecida na parteinferior da atmosfera solar.
O satélite transporta consigo um telescópiopara observar uma região do Sol chamada interface. Essa áreaé constituída por outras duas: cromosfera e de transição. A interface está localizada entre a fotosfera - que é asuperfície mais visível do Sol - e a coroa, ou seja, a atmosferaexterna do astro, uma região onde são formados os ventos solares ea maior parte das emissões de raios ultravioleta, com efeitos noclima e na saúde humana.
O IRIS foiconcebido para usar um telescópio ultravioleta, de forma a obterimagens de espetro e de alta resolução em poucos segundos.
Segundoexplicaram, no início do mês, cientistas da agência espacialnorte-americana, os dados obtidos pelo satélite permitirãocompreender como a energia "é distribuída até ao milhão degraus Celsius na coroa solar" (parte exterior da cromosferasolar, que é uma das camadas solares) e como é conduzido o ventosolar (emissão contínua de partículas carregadas provenientes dacoroa solar).
Oscientistas pretendem também saber por que motivo a temperatura nacoroa solar é muito mais alta do que a temperatura da fotosfera, queatinge os seis mil graus Celsius.
JeffreyNewark, investigador da NASA responsável pela missão, disse que comela pretende-se "observar como os gases solares se movem, reúnemenergia e aquecem nessa região da interface".
Segundoexplicou, "nessa região é gerada a maior parte da radiaçãosolar que provoca impacto no ambiente espacial próximo da Terra".
JeffreyNewark chamou a atenção para o facto de a Terra e todos os outrosplanetas do nosso sistema solar estarem localizados na atmosferaestendida do Sol, denominada heliosfera. Segundo explicou, essaregião é constituída por matéria magnetizada, entrelaçada porradiação e partículas energéticas.
"Aradiação do Sol conduz o nosso sistema climático e sustenta abiosfera da Terra", realçou. "Muita da nossa infraestrutura decomunicação, vigilância e navagação, incluindo sistemas de GPScríticos, operam num ambiente criado e dirigido diretamente pelaprodução solar", salientou.
Aindaagora foi lançada a missão e a NASA planeia já uma outra,denominada Solar Probe Plus. Esta deverá ser lançada em 2018 e terá porintuito continuar as investigações, mas a uma distância cada vezmenor do Sol. Segundo explicou Jeffrey Newmark, a sonda terá umaespécie de escudo a protegê-la das radiações e de temperaturasque podem chegar aos 2000 graus Celsius.