A Procuradoria-Geral da República assegurou, esta quinta-feira, que "não foi ainda recebido qualquer pedido de auxílio judiciário mútuo" das autoridades britânicas, no âmbito da investigação aberta em Londres ao desaparecimento, em 2007, de Madeleine McCann, no Algarve.
Emresposta à agência Lusa, a PGR esclareceu que "a obtenção deprova, em Portugal, pressupõe a apresentação de um pedido deauxílio judiciário mútuo, vulgarmente conhecido como cartarogatória, cuja execução terá de ser autorizada pelas autoridadesjudiciárias portuguesas".
"Aexecução do pedido terá de ser integralmente assegurada pelasautoridades portuguesas, judiciárias ou policiais, como autoridadessoberanas que são. As autoridades britânicas não poderão atuar,por si só, em Portugal", refere a PGR.
Acrescenta-seque, caso "seja permitida a sua deslocação a Portugal paracoadjuvarem as autoridades portuguesas na execução do jámencionado pedido de auxílio judiciário mútuo, participaçãoefetuada a título de coadjuvação", a polícia britânica "nãopoderá dirigir qualquer interrogatório nem efetuar qualquerdiligência, de motu próprio, em Portugal".
Entretanto,as autoridades londrinas confirmaram que há portugueses entre as 38pessoas de interesse que a polícia britânica deseja interrogar nainvestigação que foi aberta naquele país ao desaparecimento damenina britânica Madeleine McCann, ocorrida na Praia da Luz, Lagos,Algarve a 03 de maio de 2007.
Aimprensa britânica já tinha avançado há várias semanas ahipótese de a Scotland Yard abrir a sua própria investigação aocaso, no sequimento da revisão aberta em 2011 por intervenção doprimeiro-ministro, David Cameron.
Naaltura, a polícia confirmou que uma delegação de responsáveissuperiores da Procuradoria da Coroa e de detetives britânicosvisitou Portugal em meados de abril para discutir os próximos passosa dar com as autoridades portuguesas.
Os pais eum outro britânico, Robert Murat, foram constituídos arguidos pelasautoridades judiciais portuguesas em julho de 2007, mas a 21 de julhode 2008, a PGR determinou o arquivamento das suspeitas, o que ditou ofim das investigações.
O MPportuguês sempre admitiu a reabertura do caso surjam novos dadossobre o desaparecimento da criança.