O ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos frisou, esta quarta-feira, no Parlamento, que nunca foi confrontado com decisões ou avaliações para decidir sobre 'swap' realizados por empresas públicas.
"Nuncafoi confrontado pessoalmente com qualquer decisão ou avaliaçãopara decidir sobre operações concretas de 'swap'", disseTeixeira dos Santos, na comissão parlamentar de Inquérito àCelebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro ('swap') porEmpresas do Setor Público, quando questionado pelo deputado doCDS-PP Hélder Amaral sobre o caso do Metro do Porto.
O antigogovernante sublinhou ainda que "as operações de gestãofinanceira são da responsabilidade das empresas, da sua gestão edos seus órgãos de administração" e estão "sujeitas aoacompanhamento previsto na lei".
"Estanão é matéria do foro político de qualquer Governo",afirmou.
Teixeirados Santos disse que "há órgãos que estão encarregados desseacompanhamento" e reforçou que esta "não é uma questãode interferência política".
"OGoverno tem obrigação de nomear as gestões, tem de exigir boagestão, avaliar [essa gestão], mas não deve interferir nasdecisões de gestão corrente e foi isso que foi feito", frisou.
Oex-governante disse também que no momento da elaboração doscontratos 'swap', as taxas de juro tinham sofrido "um aumentoexplosivo" e que "as empresas não podiam ignorar os riscosque advinham" dessa subida, tendo tomado "medidas queentenderam apropriadas".
"Seno meio disto houve operações que extravasaram esse propósito, quese tirem as ilações", disse, acrescentando que "quando oscontratos foram celebrados, não passaria pela cabeça de ninguém"que viessem a ficar como ficaram, ou seja, em mínimos históricos.
Oantecessor de Vítor Gaspar afirmou que quando chegou ao Governo nãohavia informações sobre o Setor Empresarial do Estado (SEE), aocontrário do que aconteceu quando saiu, frisando ter deixado vastainformação sobre o setor.
Por isso,critica a "inércia" do atual Governo na resolução doproblema dos 'swap', que, defende, fez duplicar as perdas potenciaisdos contratos desde 2011, altura em que é divulgado o primeiroboletim trimestral da Direção-Geral de Tesouro e Finançasincluindo perdas potenciais com 'swap' (em agosto), face aos últimosdois anos.