O presidente da República reuniu-se, esta quinta-feira à tarde, com o primeiro-ministro e líder do PSD, num encontro onde foi analisada a proposta de "compromisso de salvação nacional" apresentada pelo chefe de Estado na quarta-feira.
O encontroentre Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho durou cerca de hora e meia etinha sido agendado como sendo a habitual reunião semanal entre opresidente da República e o primeiro-ministro.
Contudo,já após o fim da reunião, a Presidência da República divulgou noseu 'site' que o chefe de Estado se reuniu com o presidente do PSD"para analisar a proposta de compromisso de salvação nacional"apresentada quarta-feira aos portugueses.
Antes,Cavaco Silva tinha já recebido no Palácio de Belém osecretário-geral do PS, António José Seguro, e o líder do CDS-PP,Paulo Portas, em encontros que só foram divulgados depois de teremterminado.
Durante atarde, realizaram-se também reuniões das direções do PSD e doCDS-PP e, para as 19,30 horas, estava marcado o início de umareunião extraordinária do secretariado nacional do PS para análiseda situação política.
Naquarta-feira à noite, o presidente da República propôs, numacomunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional"entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa eque esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de2014.
CavacoSilva considerou também "extremamente negativo para o interessenacional" a realização imediata de eleições legislativasantecipadas.
Adeclaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos ospartidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais ena sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dosNegócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 2 de julho.
Nacomunicação ao país, o chefe de Estado nunca se referiuexplicitamente à solução apresentada publicamente peloprimeiro-ministro, no sábado e que passava pela subida do líder doCDS-PP e ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros a viceprimeiro-ministro, referindo apenas que "o atual Governo seencontra na plenitude das suas funções".
Opresidente da República adiantou ainda que iria "contactar deimediato" os responsáveis dos partidos que subscreveram oMemorando de Entendimento para analisar a solução por si propostade "compromisso de salvação nacional".
"Umacordo desta natureza não se reveste de grande complexidade técnicae poderá ser alcançado com alguma celeridade, podendo recorrer-se auma personalidade de reconhecido prestígio que promova e facilite odiálogo", defendeu.
Sem aexistência desse acordo, referiu ainda o chefe de Estado,"encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro donosso sistema jurídico-constitucional".