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Trabalhadores da RTP/Porto apreensivos face ao futuro

Trabalhadores em protesto em dezembro último Global Imagens/Arquivo

A Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Porto mostrou-se, esta segunda-feira, apreensiva face ao futuro, lamentando que as "promessas" da administração não se tenham concretizado, enquanto a empresa disse manter-se comprometida com o Centro de Produção do Norte.

Numcomunicado intitulado "Promessas de inverno, amores de verão",os trabalhadores da RTP/Porto lembraram que, na sequência datransferência da produção do programa "Praça da Alegria"para Lisboa, a administração da estação pública fez "umasérie de promessas", entre as quais que "a produçãoprópria para a RTP2 seria integralmente assegurada a partir doPorto", algo que na realidade atual, segundo a Subcomissão deTrabalhadores, se encontra "entre o quase nada e o muito pouco".

"Todosos sinais que nos surgem se afirmam no exato sentido contrário daspromessas, mesmo das reafirmadas em reuniões e encontros maisrecentes. Sabemos que a hora de decisões importantes está a chegar.Mas não contem connosco para sermos apanhados na curva",sublinhou a Subcomissão de Trabalhadores, acusando a empresa derecorrer a empresas externas para a produção de vários programas.

Por seulado, fonte oficial da RTP afirmou, em resposta escrita enviada àLusa, que a empresa "mantém a aposta e o compromisso em relaçãoà RTP/Porto" e que se está "a trabalhar no sentido devalorizar e rentabilizar as instalações", por acreditar"firmemente na importância, capacidade e competências dasequipas" da estação pública.

"Oprocesso de reestruturação levado a cabo na RTP é de médio/longoprazo, pelo que muitas das medidas serão realizadas atempadamente,sempre que estejam reunidas as condições necessárias para o seusucesso", acrescentou fonte oficial da empresa.

Ostrabalhadores da RTP/Porto deram, também, o exemplo do programa deinformação "24 Horas", "que já estava a revelar-seuma marca distintiva e uma âncora importante do acesso do públicotardio às notícias em canal aberto" e que passou a uma síntesede 20 minutos às 22 horas na RTP2.

"Ostrabalhadores da RTP/Porto estão atentos e vigilantes. E nãoabdicarão, certamente, do seu direito a alertar de novo a sociedadecivil que tanto os tem apoiado", salvaguardou a subcomissão.

O Governoadiou a privatização ou concessão da RTP, remetendo o processopara a operação de reestruturação da empresa em curso, informou,no final do mês passado, o memorando de entendimento assinado pelasautoridades portuguesas e pela 'troika' (Banco Central Europeu,Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) após a sétimarevisão ao programa.

"Avenda ou a concessão de um canal de televisão e estação de rádiopertencentes à RTP foi adiada e a retoma [desta operação] vai sertratada no processo em curso de reestruturação da empresa [tendo emconta] condições de mercado apropriadas", lê-se no'Memorandum of Understanding on Specific Economic PolicyConditionality'.

Redação