Política

Governo admite aumento do salário mínimo no segundo semestre de 2014

O ministro do Emprego e da Solidariedade remeteu, esta segunda-feira, um eventual aumento do salário mínimo nacional para depois do Programa de Assistência Financeira, dado o atual constrangimento imposto no Memorando de Entendimento, que deixa de vigorar em junho de 2014.

"Quandoacabar o Programa de assistência, Portugal deixa de ter umcontrangimento que foi introduzido no Memorando original, assinadocom o anterior Governo, que não permite o aumento do salário mínimosem antes essa matéria ser discutida com a troika", disse PedroMota Soares aos jornalistas.

MotaSoares falou à imprensa no final da sessão de abertura de umaconferência da OIT, em Lisboa, sobre a crise do desemprego emPortugal.

Naconferência, a Organização Internacional do Trabalho (OIT)apresentou um relatório, onde analisa o impacto da crise económicaglobal no mercado de trabalho em Portugal e defende a atualizaçãodo salário minimo nacional (SMN) para evitar o agravamento dasdesigualdades salariais e de rendimento.

O ministrosalientou que "não é o Governo ou o Estado que paga o SMN, sãoas empresas que pagam os salários" e defendeu que "essamatéria deve ser discutida em concertação social".

Orelatório da OIT, em discussão ao longo da tarde por representantesdo Governo, dos trabalhadores e dos empregadores, refere que ocongelamento do SMN nos 485 euros, desde 2011, levou a uma reduçãode 4,7%, em termos reais.

Aorganização internacional defende que é necessária uma novaestratégia e lembra que a proporção de trabalhadores a auferir osalário mínimo mais do que duplicou desde o início da crise.

Segundo osdados da OIT, a proporção de trabalhadores a receber o SMN aumentoude 5,5%, em abril de 2007, para 10,9%, em abril de 2011, e para12,7%, em abril de 2012.

A OITconsidera ainda que o valor absoluto do SMN em Portugal "érelativamente baixo para os padrões da UE".

Redação