Um militar da GNR morreu, na madrugada deste domingo, alegadamente baleado por um homem que se barricou num restaurante no Pinhal Novo, Palmela. A Guarda encontrou o corpo do militar, já sem vida, quando entrou à força no estabelecimento, para pôr fim a quase sete horas de sequestro, marcadas por várias explosões e trocas de tiros, matando o suspeito.
Duas grandes explosões, seguidas de tiros, cerca das 5.13 horasda madrugada deste domingo, sinalizaram o fim de quase sete horas dramáticas no restaurante "O Refúgio", em Pinhal Novo. Osequestrador foi morto no assalto da GNR, que encontrou o refém, umagente daquela força, já sem vida no interior do estabelecimento.
"Após seis horas de negociações, era preciso intervir",explicou o comandante do departamento de Relações Públicas da GNRde Setúbal, tenente-coronel Ribeiro Goulão, cerca das 6 horas damanhã, quando já se percebia que algo tinha acontecido.
"O suspeito insistia que não se entregava, que não se rendia",chegando a afirmar que estava pronto para morrer. "Tentamos tudo,mas não foi possível", disse o tenente-coronel Ribeiro Goulão
Cerca das 5.15 horas, a GNR forçou a entrada no restaurante. Osuspeito "fez explodir várias granadas", matou um cão e feriu outro, e disparou sobre os militares, que contra-atacaram e abateram o homem. No interior doestabelecimento, os elementos da Guarda encontraram o corpo, já sem vida, do militar quetinha ficado ferido no início do incidente, cerca das 23 horas desábado.
Foi de imediato acionado apoio psicológico para a família domilitar, um jovem ainda com poucos anos naquela força. O JN sabe, também,que um elemento da Associação de Profissionais da Guarda seencontra no local para se inteirar da situação.
Só os exames médico-legais poderão confirmar a hora da morte do militarda GNR, mas as investigações preliminares apontam para que tenhamorrido no início do confronto, quando uma patrulha reforçada daGNR foi recebida a tiro pelo sequestrador, no restaurante "ORefúgio", em Pinhal Novo, Palmela.
O suspeito não explicou as motivações e nãofez qualquer exigência. Ao que foi possível apurar, terá comido norestaurante, mas não se percebe como a situação se agravou.
"O estado de ansiedade e nervosismo do indivíduo"dificultou a tarefa dos negociadores, que tentaram obter "arendição" do suspeito, em contacto telefónico, durante várias horas, explicou o tenente-coronel Ribeiro Golão.
Os incidentes começaram ao fim da noite de sábado, cerca das 23horas, quando o indivíduo em causa começou a ameaçar os clientes eo proprietário do no restaurante "O Refúgio", noPinhal Novo, dizendo "alguém hoje vai morrer".
O proprietário do restaurante conseguiu chamar a GNR, que envioupara o local uma patrulha reforçada, recebida a tiro ao entrar noestabelecimento. Um militar foi atingido pelos disparos e ficou caídono restaurante, vindo a morrer entretanto, enquanto os restanteselementos da patrulha conseguiram evacuar as pessoas que estavam no estabelecimento.
O suspeito, ao ver a fuga para o exterior dos clientes e dosoutros elementos da patrulha, lançou um explosivo para a rua, que sesupõe ter sido uma granada, que ao rebentar feriu três trêsmilitares e ainda um casal.
Dos três militares assistidos no hospital S. Bernardo, emSetúbal, dois tiveram alta ao início da madrugada deste domingo eum outro ficou em observações. Ao que apurou o JN, tem muitosestilhaços no corpo, na sequência da explosão que apanhou osmilitares.
Um forte contingente policial foi destacado para o local, ondeestiveram também elementos do Grupo de Operações Especiais da GNR.
Centenas de pessoas observaram o desenvolvimento da situaçãojunto à zona delimitada em torno do restaurante, que se localiza narua Eça de Queiroz, numa área residencial. Segundo o comandante dodepartamento de Relações Públicas da GNR de Setúbal,tenente-coronel Ribeiro Goulão, algumas habitações mais próximasdo restaurante foram evacuadas.
Várias ambulâncias, veículos do Instituto Nacional deEmergência Médica e bombeiros das corporações de Pinhal Novo,Moita, Montijo e Setúbal também acorreram ao local.
* com Augusto Correia