O norte-americano Scot Trolman é o novo advogado do português Renato Seabra, a cumprir uma pena de 25 anos a prisão perpétua no estado de Nova Iorque pelo homicídio do cronista Carlos Castro, ocorrido há três anos.
Ainformação foi avançada à agência Lusa pelo anteriorrepresentante legal de Seabra, David Touger.
Trolmannão esteve disponível para prestar declarações, mas deverácontinuar o trabalho do seu antecessor e explorar as opções legaisdo seu cliente.
Após aleitura da sentença em dezembro de 2012, David Touger tinha afirmadoque ia estudar a possibilidade de apresentar recursos e pedir aextradição do cidadão português.
AProcuradoria de Nova Iorque confirmou que o jovem teria de cumprir apena num estabelecimento prisional de Nova Iorque, apenas existindo apossibilidade de extradição após 25 anos, mas há advogados quedefendem o contrário.
Carlos dePaulo, advogado que em 2004 conseguiu que uma cidadã portuguesacondenada na Venezuela por tráfico de droga fosse extraditada paraPortugal, onde acabou absolvida, lembrou à Lusa que um eventualpedido de extradição teria sempre primeiro de ser analisado à luzda cooperação judiciária internacional.
"Asentença do juiz Daniel Fitzgerald não se sobrepõe à Lei deCooperação Judiciária Internacional, que ambos os paísesassinaram", disse na altura.
Um pedidode recurso tornou a ser discutido em setembro do ano passado, quandouma investigação do jornal "The New York Times" referiuque o especialista que considerou Seabra imputável, William Barr,foi contratado pela acusação mais de 100 vezes em 13 anos,defendendo sempre a tese da Procuradoria de Manhattan.
Naaltura, a defesa de Seabra não se mostrou surpreendida com assuspeitas de relação privilegiada entre o psicólogo e o MinistérioPúblico norte-americano.
"Oartigo aponta muito claramente as falhas no testemunho do Dr. Barr,que tomou muitas liberdades que não estão suportadas por fatoscientíficos, mesmo que isso signifique descartar factos e teoriascientíficas e confiar apenas em suposições e conjeturas",disse David Touger à agência Lusa.
RenatoSeabra matou o cronista Carlos Castro, num hotel em Nova Iorque nodia 7 de janeiro de 2011.
O jovemencontra-se a cumprir pena no estabelecimento prisional de Clinton,no estado de Nova Iorque.
Oestabelecimento fica em Dannemora, uma cidade a 515 quilómetros dacidade de Nova Iorque, perto da fronteira do Canadá.
A zona,muito fria e isolada, é conhecida como "pequena Sibéria".Quando a prisão foi construída, em 1844, o clima agreste eraconsiderado parte da pena para os prisioneiros.