Educação

Mais de 340 mil refeições escolares desperdiçadas no 1.º período escolar

Global Imagens/Arquivo

Mais de 340 mil refeições foram desperdiçadas entre setembro e dezembro do ano passado nos refeitórios concessionados das escolas do 2.º e 3.º ciclos e secundárias, onde foram servidas, no mesmo período, cerca de 12 milhões de refeições .

"Entreos alunos que encomendam a refeição no dia anterior e que solicitama senha e que, na verdade, comparecem ao refeitório para comer, háuma diferença de quase 3%", disse Rui Lima, técnico superiorda Direção-Geral da Educação, que, esta sexta-feira, foi oradornas Jornadas do Ambiente da associação ambientalista Quercus, quedecorrem em Fátima.

Segundodados que divulgou, nos quatro primeiros meses do ano letivo2013/2014, nas escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e nosestabelecimentos do ensino secundário, houve 343.559 refeiçõesdesperdiçadas em espaços concessionados.

"Estamosa trabalhar com as escolas onde o número de refeiçõesdesperdiçadas é maior, para superar esta situação", declarouo técnico do Ministério da Educação e Ciência.

Rui Limasalientou que "há escolas que trabalham no sentido" de asrefeiçõesdesperdiçadas não irem para o lixo, mas salientou que, nesteâmbito, se colocam questões de "higiene alimentar".

"Háorientações, por exemplo, dos serviços que tutelam essa questão,nomeadamente a ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica],ao nível do transporte do alimento", referiu o responsável,que desde 1999 trabalha na promoção e educação para a saúde emmeio escolar no Ministério da Educação.

Face aodesperdício nos refeitórios escolares, o responsável observou que"se tenta que os alunos carenciados tenham um reforço alimentare tenham acesso a maior quantidade de alimento".

Sem dados,ainda, que possam estabelecer uma comparação com o eventualdesperdício nos refeitórios escolares com gestão direta, Rui Limaconsidera que este problema se prende com vários fatores, defendendoa necessidade de os encarregados de educação monitorizarem o localonde almoçam os alunos.

"Normalmente,as escolas têm cartão eletrónico, pelo que os pais conseguemaceder aos consumos alimentares dos filhos", apontou, realçandoque "os alunos comem pior nos estabelecimentos de restauraçãoe bebidas", muitos dos quais se situam nas imediações dosestabelecimentos de ensino.

Sobre aqualidade das refeiçõesfornecidas por empresas nas escolas, Rui Lima adiantou que nem asempresas nem a tutela podem atuar se não houver queixas.

"Nãoposso dizer que os refeitórios concessionados não têm qualidade. Oque posso dizer é que há refeitórios em que os cozinheiros sãobons e outros em que são menos bons", afirmou.

Oresponsável sustentou que "há casos em que a única refeiçãodecente que muitos alunos têm é a que fazem na escola e não emcasa", acrescentando, a este propósito, "a pressão paraabrir os refeitórios das escolas do 1.º ciclo para as criançaspoderem comer nas paragens letivas".

Asjornadas da Quercus - Associação Nacional de Conservação daNatureza debatem, ao longo do dia de hoje, a alimentaçãosustentável nas escolas.

Redação