Os suíços decidiram este domingo em referendo, por uma maioria de 70%, que o aborto continue a ser comparticipado pelo seguro básico de saúde, rejeitando a proposta de que esta intervenção médica passe a ser financiada de forma privada.
Os partidos conservadores propunham que a interrupção voluntária da gravidez não deveria ser abrangida pelas prestações do esquema básico do seguro de saúde que cada pessoa que reside na Suíça está obrigada a fazer individualmente.
Onze anos depois da despenalização do aborto na Suíça, os votantes, optaram de forma concludente por manter este ato como uma prestação médica essencial, quando se trata da interrupção da gravidez nas primeiras doze semanas de gestação.
As grávidas, mesmo assim, devem passar antes por uma entrevista com um médico que está obrigado a falar-lhes de outras alternativas possíveis.
Os políticos defenderam o referendo argumentavam que o aborto era uma questão do foro privado, ligado à liberdade de consciência, além de ter um custo elevado para o sistema de saúde (entre 500 a 800 euros por paciente).
Segundo estes, apenas seria reconhecida a necessidade de se financiar a interrupção da gravidez no caso em que a vida da mãe estar em perigo ou no caso de violação.
Em 2012 realizaram-se cerca de 11 mil abortos na Suíça, o que correspondeu a sete intervenções por cada mil mulheres entre os 15 e os 44 anos, uma das taxas mais baixas da Europa.
A igreja católica e a igreja protestante decidiram não apoiar a proposta referendada porque, embora concordem com a finalidade de proteger a vida, consideram que não é apropriado ligá-la ao dinheiro.