Economia

Autarcas e empresários de acordo com ferrovia Aveiro-Vilar Formoso

Autarcas e associações empresariais do Norte e Centro do país manifestaram, esta terça-feira, "uma convergência inédita" ao indicarem um novo corredor ferroviário entre Aveiro e Vilar Formoso como "a prioridade das prioridades" no próximo quadro comunitário.

O anúnciofoi feito após o encontro que, para além de vários autarcas dasduas regiões (como do Porto, Braga, Viseu e Guarda), reuniu estaterça-feira, no centro de congressos do Europarque de Santa Maria daFeira, o presidente da Comissão de Coordenação e DesenvolvimentoRegional (CCDR) do Norte, o seu homónimo no Centro, osecretário-geral do Eixo Atlântico, vários especialistas emtransportes e os responsáveis máximos da Associação Empresarialde Portugal (AEP), da Associação Industrial do Minho e do ConselhoEmpresarial do Centro.

Terminadoo encontro, o presidente da AEP, José António Barros, declarou que"este corredor entre Aveiro e Vilar Formoso deve ser aprioridade do país, com as devidas ligações aos quatro portosexistentes entre Viana do Castelo e a Figueira da Foz".

Em causaestá a criação de uma via-férrea com a mesma largura entre carrisque se observa nas restantes estruturas ferroviárias de usocomercial da Europa, o que o responsável considerou decisivo paraagilizar o transporte de mercadorias com origem e destino nas duasregiões portuguesas que, em conjunto, asseguram 70% das exportaçõesnacionais.

"Hojeverificou-se um grande consenso quanto a essas infraestruturas, quenão são de interesse regional e sim de interesse nacional, porserem motores da economia e das exportações estrangeiras",realçou José António Barros.

"Estaconvergência entre Norte e Centro do país é inédita do ponto devista de uma discussão conjunta", acrescentou.

AlmeidaHenriques, porta-voz dos autarcas enquanto presidente da CâmaraMunicipal de Viseu, admitiu que os fundos europeus disponíveis paraa área dos transportes no período 2014-2020 serão restritos, deacordo com o documento que o Governo tem agora em fase de consultapública e que anuncia "pouco mais de três mil milhões deeuros para estas infraestruturas".

Contudo,por isso mesmo, o autarca recomenda que sejam privilegiadas obras"estruturantes e que façam a diferença em termos de futuro".

"Vamoscolaborar com o Governo para encontrar a melhor solução, mas com ospés assentes na terra", declarou Almeida Henriques.

Segundo oautarca, "a prioridade é este corredor e a sua ligação aosportos - é a prioridade das prioridades - e depois haverá aseriação das outras que poderão ser acauteladas neste quadrocomunitário de apoio ou em situações futuras".

O autarcaacredita que a ligação a Espanha de acordo com a bitola europeiapermitirá "aumentar a competitividade, as exportações e acoesão do país", que, pela convergência demonstrada noEuroparque, se revela "mais amadurecido, com mais consciênciados seus recursos".

"Estecorredor tem interesse não só para Portugal, mas também paraEspanha, porque províncias como Castela e Leão também o vão usar.Agora vamos ver o que é possível e o que é miragem",anunciou, com José António Barros a complementar que hápossibilidade de a obra "ser financiada em 85% pelos fundos deBruxelas".

Asentidades que participaram na reunião deverão agora dar conta dasua posição oficial ao Governo, num documento a assinar até 31 demarço. É nessa data que termina o prazo para consulta pública dorelatório emitido pelo grupo de trabalho que a Secretaria de Estadodas Infraestruturas, Transportes e Comunicações constituiu paraanalisar o "Memorando sobre Infraestruturas de elevado valoracrescentado" (emitido, por sua vez, pela AEP, a AssociaçãoIndustrial do Minho e o Conselho Empresarial do Centro).

Na reuniãoparticiparam ainda as comunidades portuárias de Leixões, Viana,Aveiro e Figueira, a Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças ea ADFERSIT - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dosSistemas Integrados de Transportes.

Redação