Segurança

Advogado de Jesus considera "intempestiva" decisão da Procuradoria do Porto

Carlos do Paulo, advogado de Jorge Jesus, qualificou, esta quarta-feira, como "intempestiva, inoportuna e precipitada" a divulgação pela Procuradoria Distrital do Porto do andamento do processo de inquérito movido pelo Ministério Público (MP) contra o treinador do Benfica.

"Comomandatário judicial do meu constituinte, o arguido Jorge Jesus, noprocesso judicial e criminal que corre os seus termos na comarcajudicial de Guimarães, sinto uma reação de censurabilidade aocomunicado da Procuradoria Distrital do Porto por ser inoportuno,intempestivo e totalmente inusitado", disse Carlos do Paulo, emdeclarações à agência Lusa.

O advogadodo técnico encarnado sustenta a sua argumentação no facto de JorgeJesus "não ter sido sequer notificado dos procedimentos, talcomo o próprio ofendido" [o agente da Polícia de SegurançaPública], bem como na possibilidade de, "no limite, tudo o queconsta do comunicado ficar sem efeito e haver lugar a julgamento".

Carlos doPaulo reitera "a inoportunidade da decisão" daProcuradoria Distrital do Porto, que "só deve dar explicaçõespúblicas, quando há alarme social, o que não é o caso", e a"precipitação ao divulgar algo que não lhe competiadivulgar".

"Asexplicações, a serem dadas, devem sê-lo pelos sujeitosprocessuais. A Procuradoria não tem nenhuma necessidade dejustificação pública do que se está a passar no processo quandoos próprios interessados ainda não têm conhecimento dos factos",argumentou Carlos do Paulo, que irá, na quinta-feira, dar umaconferência de imprensa, no Hotel Marriot, em Lisboa, a partir das20.30 horas, na qual dará explicações públicas sobre o caso nacondição de mandatário judicial de Jorge Jesus.

AProcuradoria Distrital do Porto emitiu hoje um comunicado, no qualfaz saber que Jorge Jesus aceitou pagar 25 mil euros a duasinstituições de solidariedade social e 500 euros ao agente da PSPpor si agredido após a partida Vitória de Guimarães-Benfica, paragarantir a suspensão do processo movido contra si pelo MP.

AquelaProcuradoria acrescentou, no mesmo comunicado, que o processo seráarquivado caso o técnico do Benfica proceda "ao pagamento dasreferidas multas e não reincida num crime da mesma natureza".

No finaldo jogo com o Vitória de Guimarães, disputado em 22 de setembro doano passado, Jorge Jesus intrometeu-se numa ação da polícia quetentava travar adeptos benfiquistas, que invadiram o relvadovimaranense para celebrar a vitória do Benfica, por 1-0.

Nasequência destes incidentes, decorre ainda um processo judicial,tendo o técnico sido ouvido na segunda-feira no Departamento deInvestigação e Ação Penal (DIAP), em Lisboa, na sequência de umacarta precatória enviada para Lisboa pelo Tribunal de Guimarães,onde o inquérito corre na 2.ª secção do MP.

Redação