Economia

Compras em empresa "online" deixaram clientes sem produto e sem dinheiro

Várias dezenas de pessoas queixam-se de terem feito compras numa empresa de comércio "online" e de terem ficado sem produto e sem dinheiro, mas a empresa nega qualquer burla e garante estar a reembolsar todos os clientes.

CarlosPereira queria comprar uma televisão LCD e optou por fazer pesquisana Internet para perceber quais seriam os melhores preços. Fê-loatravés do "KuantoKusta", um site comparador de preços,que lhe apontou a empresa Digilow como aquela com o melhor preço.

Fez acompra a 9 de novembro, "online", e esperou cerca de duas semanaspela televisão. Já próximo do Natal, pediu o reembolso dos 251euros, uma vez que não recebeu o aparelho, mas não recebeu odinheiro.

"Jámandei mails, nada, e telefone não atendem", denunciou.

Segundo ainformação no "site" da empresa, a Digilow "é uma empresade comércio online com preços low-cost", da qual fazem parteoutras empresas que se dedicam ao mesmo negócio, como a GrandeM@rcaou a Eletropt.

João(nome fictício) contou à Lusa que queria comprar uma máquina delavar roupa e decidiu pesquisar na Net, tendo também recorrido ao"KuantoKusta".

"Aempresa que apareceu com um preço mais convidativo foi a empresa'Eletropt'. Selecionei o produto, registei-me, fiz a compra, aguardeia confirmação da parte deles em como havia o produto em stock e quepoderia fazer o pagamento", adiantou, acrescentando que a 29 denovembro recebeu a confirmação em como o pagamento foi recebido.

Deixoupassar 20 dias úteis, que a empresa estabelece como prazo máximopara a entrega dos produtos, mas diz que depois disso os contactos,tanto telefónicos como por correio eletrónico, se tornaram maisdifíceis.

No site daDigilow, a empresa esclarece que não tem qualquer tipo deatendimento pessoal e que todos os assuntos são tratados viatelefone ou correio eletrónico.

É tambémdisponibilizada uma morada, em Lisboa, mas segundo a empresa "nãose encontra ninguém no local para atendimento ao público, apenaspara receber correspondência".

Mais dedois meses depois, João continua a aguardar que lhe devolvam os362,85 euros.

No Portalda Queixa, que se define como "a maior rede social deconsumidores", há quatro páginas de queixas, num total de 80reclamações contra a Digilow ou empresas associadas.

SérgioVieira também recorreu ao 'KuantoKusta' quando quis perceber qualseria a melhor opção para a compra de uma máquina fotográfica.

"Atravésdo 'KuantoKusta' apareceu-me que o melhor preço era na Digilow",contou à Lusa, acrescentando que fez a compra por volta de 28 denovembro de 2013.

Mais dedois meses depois, Sérgio continua sem máquina e sem os 504,61euros que pagou por ela, tendo, entretanto, apresentado queixa juntoda DECO.

A DECOrevelou ter recebido já várias reclamações, a grande maioriarelativas a "situações de incumprimento contratual",nomeadamente em relação aos prazos de entrega ou de reembolso.

RosárioTereso, jurista da DECO, disse que já reuniram com a Digilow, daqual receberam "bom acolhimento" em relação àspreocupações manifestadas.

"Defacto recebemos algumas reclamações, mas temos também recebidorespostas satisfatórias por parte da empresa e a grande maioria dassituações que nos chegaram ao conhecimento têm-se resolvidofavoravelmente", adiantou.

Contactadapela Lusa, a Digilow diz ser uma "empresa séria", que"entregou sempre todas as encomendas ou reembolsou todos osclientes".

Redação