Economia

Ministra das Finanças defende disciplina orçamental, apesar de não ser "sexy"

A ministra das Finanças considera essencial a disciplina orçamental, porque mais do que responder às condições impostas pelos parceiros internacionais, Portugal precisa de garantir que foi a última vez que teve de oficializar um pedido de ajuda externa.

"Mais do que responder às condições impostas pelos parceiros internacionais, trata-se de garantir que foi a última vez que tivemos de oficializar um pedido de ajuda externa", disse a ministra das Finanças, no segundo e último dia da Conferência "The Lisbon Summit", organizada pela revista "The Economist", que decorre no Hotel Cascais Miragem.

A ministra centrou a sua intervenção na "disciplina orçamental", que considerou "um dos pilares essenciais de uma economia dinâmica e competitiva".

Maria Luís Albuquerque salientou ainda que a conjugação de disciplina orçamental com a contenção da despesa pública permite que o Estado gaste apenas os recursos que precisa para concretizar a função de distribuição de riqueza.

Questionada sobre se a aproximação das eleições poderá por em causa a atual política orçamental, Maria Luís Albuquerque respondeu que mesmo que as eleições sejam períodos mais difíceis nas democracias, tal não deve ser uma preocupação, e acrescentou: "A política orçamental não é tão atrativa ou sexy como a despesa".

A ministra considerou "encorajadores" os resultados obtidos no último trimestre do ano passado no plano interno e externo e lembrou que esse foi o terceiro trimestre consecutivo de crescimento.

"Estes resultados são importantes e são encorajadores e em conjunto com os progresso alcançados no plano orçamental, financeiro e estrutural dão a força necessária para continuar a avançar", frisou.

A governante antecipou por isso um "futuro de estabilidade, sustentabilidade e prosperidade" para Portugal.

"Portugal mudou, porque ajustou comportamentos, porque traçou um novo rumo e porque escolheu mudar", disse.

Contudo, explicou que para se compreender o momento atual é necessário recuar até meados da década de 90, e criticou a incapacidade de adaptação à disciplina inerente à moeda unida.

"Os potenciais benefícios da moeda única não se concretizaram em pleno", disse.

Redação