Os parques de estacionamento exteriores da Assembleia da República já esperam aquela que pode vir a ser, esta quinta-feira, a maior manifestação de sempre das forças de segurança, três meses após a invasão das escadarias, em São Bento.
Desde amanhã, grades e baías de segurança estão colocadas em todo operímetro do Parlamento, estando interdito o estacionamento deviaturas de serviço, da Comunicação Social ou de visitantes noespaço lateral, junto ao denominado Edifício Novo.
A cerca detrês horas da previsível chegada dos milhares de manifestantes, omovimento é escasso, notando-se somente a montagem de instalaçãosonora por parte de alguns sindicalistas e algumas dezenas de pessoasconcentradas nas imediações, além dos profissionais dastelevisões, a instalar antenas e a coordenar preparativos com oscarros de exteriores, com vista à transmissão em direto.
No outroparque exterior, nas traseiras que comunicam com a residênciaoficial do primeiro-ministro, normalmente reservado aos automóveisde membros do Governo ou de convidados, saltam à vista setecarrinhas de intervenção rápida da Guarda Nacional Republicana,coabitando com aquelas viaturas de alta cilindrada.
Em 21 denovembro de 2013, milhares de elementos das diversas forças desegurança já se tinham manifestado em frente da Assembleia daRepública, em protesto pelos cortes nos salários e outrossuplementos, tendo galgado as escadarias, contra as indicações doscolegas de profissão, embora parando à porta.
Estaquinta-feira, o percurso dos protestantes vai começar pelas 18.45horas, desde a praça do Marquês de Pombal até ao Parlamento, numainiciativa promovida pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dosSindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviçosde Segurança, estrutura que congrega os sindicatos maisrepresentativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e PolíciaMarítima.
Asorganizações corporativas dos militares indicaram a possibilidadede também estarem presentes no protesto.
Após osincidentes de novembro, o então diretor nacional da PSP,superintendente Paulo Valente Gomes, colocou o lugar à disposiçãoe o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, aceitou a suademissão.
AInspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processode averiguações aos acontecimentos e a Procuradoria-Geral daRepública também abriu um inquérito, que se encontram eminvestigação.