Dois passageiros que embarcaram com passaportes falsos compraram os bilhetes juntos para a viagem entre Kuala Lumpur, na Malásia, e Pequim, na China, a bordo do Boeing 707-200 da Malásia Airlines, que desapareceu na madrugada de sábado. Há mais dois suspeitos, que terão viajado com passaportes ucranianos. Interpol investiga uso de outros passaportes suspeitos.
Os bilhetes usados pelos passageirosque viajaram com os passaportes de um italiano e um austríaco foramcomprados num balcão da China Southern Airilnes, em Thai Bath, eapresentam números sequenciais, o que indica que foram emitidos emconjunto.
Esta nova informação, revelada pelaCNN, que cita a Travelsky, entidade oficial de verificação de bilhetes eletrónicos, adensa mais mistério ao caso do avião daMalásia Airlines, que está desaparecido há mais de 24 horas.
AÁustria já confirmou oficialmente que ChristianKozel, de 30 anos, não estava a bordo do avião da MalásiaAirlines, apesar de constar da lista oficial de passageiros do vooMH370. Viena diz que o homem foi encontrado em casa e que o roubo dopassaporte havia sido denunciado há dois anos, na Tailândia.
DeItália também chegou a confirmação de que Luigi Maraldi, de 37anos, também não estava a bordo do Boeing 777-200 da MalásiaAirlines. De férias na Tailândia, telefonou aos pais a dizer queestava bem, que não seguia no avião e disse que tinha dado opassaporte como roubado, em agosto.
Ambosos bilhetes, com início de viagem em Kuala Lumpur, na Malásia,tinham a Europa como destino. Depois de Pequim, seguiriam ambos paraAmsterdão, na Holanda, onde o austríaco seguiria para Frankfurt, naAlemanha, e o italiano para Copenhaga, na Dinamarca.
A agência Reuters, citando doisinvestigadores malaios, confirmaram as indicações já dadas peloministromalaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein, que disseaos jornalistas ter na sua posse os quatro nomes de suspeitos a bordodo avião da Malásia Airlines.
Os outros dois suspeitos serão doiscidadãos que viajavam com passaporte europeu, possivelmenteucraniano. A Interpol confirmou que dois passaportes listados como roubados na base de dados daquela força policial internacional foram usados para embarcar no voo MH370 e anunciou que vai investigar outros passportes suspeitos.
"As primeiras indicações mostramque houve algum tipo de falha de segurança, mas não possoacrescentar mais de momento", disse um dos investigadores que falouà Agência Reuters, sob condição de anonimato.
As autoridades da Malásia estão ainvestigar a possibilidade de atentado terrorista e verificam oscircuitos internos de televisão do aeroporto de Kuala Lumpur."Estamos também a inquirir os responsáveis pela emigração quedeixaram passar os impostores", revelou um dos investigadores.
A Agência France Press acrescenta,este domingo, mais um dado preocupante. Um cidadão chinês, cujonúmero de passaporte consta da lista de passageiros a bordo do vooMH370 é um habitante da província de Fujan, onde se encontrava estedomingo, são e salvo.
A informação está a ser avançadapela agência de notícias oficial chinesa, citando fontes dapolícia. Segundos as informações, o cidadão em causa não temregisto de saída para o estrangeiro e o próprio afirma que opassaporte nunca foi dado como perdido ou roubado.
Acresceque o nome do cidadão chinês em causa não corresponde com o nomedo passageiro revelado pela Malásia Airlines associado àquelenúmero do passaporte.
Na China, nas primeira horas após o desaparecimento do avião a imprensa local levantou a tese de terrorismo, ao ser que estavam rasurados dois dos nomes da lista de passageiros apresentada em Pequim, colocando a hipóteses de se traratem de nomes uigures, a maior etnia do Xinjiang, de religião muçulmana e cultura turcófona, suspeitos de vários atentados na China, o mais recente conhecido em Kunming, que causou 29 mortos e 143 feridos.
Outros dados, que podem estar relacionados, adensam o mistério em torno do desaparecimento do Boeing 777-200: um é a hora exata do último contacto e outro o local, dado que não é exluída a possibilidade de a aeronave invertido a marcha.
"Ao analisar os registos do radar, concluímos que existe a possibilidade de o avião ter voltado para trás", disse o chefe da Força Aérea Real da Malásia, Rodzali Daud, em conferência de imprensa. Com base nesta indicação, as autoridades alargaram as áreas de busca.
As primeiras informações davam conta que o avião da Malásia Airlines tinha desaparecido na madrugada de sábado às 2.40 horas, mas este domingo, o diretor do Departamento de Aviação Civil da Malásia, Azharuddin Abdul Rahman, já disse que a aeronave tinha desaparecido dos radares à 1.30 (hora local), mais de uma hora antes do que inicialmente foi revelado.
Além da vasta área de mar a percorrer há ainda outra variante que está a dificultar as operações que é apurar a hora exata em que a aeronave desapareceu. A diferença entre as primeiras informações - 2.40 locais - e os novos elementos - 01.30 locais - representa uma diferença que pode atingir os 800 quilómetros.
O avião ainda não foi localizado apesar dos inúmeros meios navais e aéreos de vários países colocados no terreno, no Golfo da Tailândia.