O multimilionário russo Guennadi Timtchenko, considerado próximo do Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, vendeu a sua posição na sociedade de venda de hidrocarbonetos Gunvor um dia antes de ser sancionado pelos EUA, indicou esta quinta-feira a empresa.
Sexta fortuna da Federação Russa, segundo a revista Forbes, Timtchenko vendeu na quarta-feira a totalidade das suas ações nesta empresa, da qual foi cofundador, "antecipando potenciais sanções económicas", anunciou a sociedade, num curto comunicado divulgado no seu sítio na Internet.
Na quinta-feira, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu este empresário, juntamente com outros próximos de Putin, numa 'lista negra' criada como represália pela integração da Crimeia na Federação Russa.
Este ministério norte-americano afirmou, em comunicado, que as atividades de Timtchenko no setor da energia "estão diretamente ligadas" ao Presidente russo. Os eventuais bens do cofundador da Gunvor nos EUA estão agora congelados.
Segundo o comunicado da Gunvor, Timtchenko "vendeu em 19 de março" a sua parte ao seu parceiro de negócios, Torbjorn Törnqvist, que se tornou o acionista maioritário da sociedade, com 87% do capital.
A Gunvor, sediada em Genebra, adiantou que esta operação lhe permitiu te a certeza" de poder continuar as suas operações sem ser afetada por eventuais sanções, no que foi confirmada por uma porta-voz do Departamento do Tesouro.
"A nossa sensação é que a participação do senhor Timtchenko na Gunvor é inferior ao limite de 50%, que teria suscitado um bloqueio automático" dos ativos da sociedade nos EUA, indicou esta porta-voz à agência noticiosa AFP através de uma mensagem de correio eletrónico.
Ao detalhar as suas sanções, o Departamento do Tesouro afirmara que o Presidente Putin tinha "investimentos" na Gunvor, o que a empresa desmentiu de forma categórica na sua conta da rede social Twitter.