O Ministério Público brasileiro informou, esta segunda-feira, que está a investigar o caso de cerca de 40 corpos de bebés e fetos encontrados mal conservados e alguns sem identificação, no hospital público Pedro Hernesto, no Rio de Janeiro.
Os corposforam encontrados na morgue do hospital, tido como referência empartos difíceis, durante uma inspeção realizada após um caso deuma mulher que vivia na rua e que abandonou o seu bebé após oparto.
De acordocom a procuradora responsável pelo caso, a equipa do MinistérioPúblico foi até o local para inspecionar um caso concreto, de umaúnica criança, acabando surpreendida com a existência de cerca de40 corpos sem a devida identificação.
Emdeclarações à Lusa, a procuradora disse que a maior preocupaçãoé agora a de garantir um "sepultura digna" às crianças edar seguimento às investigações para identificar e punir osresponsáveis.
OMinistério Público vai identificar e tentar localizar os pais dosbebés falecidos para verificar o que ocorreu, se possuem outrosfilhos, e se necessitam de ajuda.
"Independentede qualquer conclusão, não há muita justificação para oarmazenamento dos corpos. O hospital deveria ter acionado a Justiçapara fazer os enterros", adiantou.
Numa nota,o hospital afirmou que os corpos pertencem a bebés abandonados pelosseus progenitores e que devido à "ausência de uma norma legal"que determine um prazo máximo para o enterro, e a "expectativade que poderiam ser reclamados pelos seus familiares", fez comque os mantivessem na morgue.
"Nomomento, todos os corpos de fetos na morgue estão regularmenteacondicionados e identificados, excetuando cinco corpos fetais quetiveram esta identificação comprometida por fatores físicos",acrescenta a nota.
Nessescasos, o Hospital prometeu guardar uma amostra para identificaçãopor meio de DNA, caso venha a ser necessária.
Ainstituição informou ainda ter aberto uma Comissão de Sindicância,nomeada pela Direção do hospital, para apurar os fatos e questõesoperacionais envolvidas.