O Bloco de Esquerda considerou, esta quarta-feira, que a execução orçamental de 2014 está a ser feita com base no aumento de impostos sobre as famílias, traduzindo-se num bónus para as grandes empresas e para os credores.
Estaposição foi transmitida pelo líder parlamentar do Bloco deEsquerda, Pedro Filipe Soares, na sequência da divulgação dosnúmeros da síntese da execução orçamental de março.
De acordocom esses mesmos dados, o défice das administrações públicas foide 825 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o quesignifica que terá sido cumprido o limite trimestral para o déficeorçamental definido no programa de resgate.
"OGoverno escolheu ter uma sobrecarga de impostos sobre as famíliaspara dar uma borla fiscal às grandes empresas. Há um aumento do IRSe uma redução do IRC, que beneficia principalmente os grandesgrupos económicos e que já nesta execução orçamental é possívelverificar", apontou Pedro Filipe Soares.
Opresidente do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda referiu tambémque na primeira execução orçamental deste ano se comprova que "oGoverno escolheu cortar salários para pagar os juros da dívidapública, que não param de aumentar".
"Regista-seuma diminuição da despesa com pessoal, fruto dos cortes nossalários, e um aumento brutal dos encargos com os juros da dívida.Esta é uma execução orçamental que obviamente agradará aoscredores, que ficam satisfeitos com os juros abusivos a serem pagos ea especulação a ter a sua recompensa, mas desagrada a quem trabalha(seja funcionário público ou privado), que é alvo de um esbulhofiscal", sustentou Pedro Filipe Soares.