O dirigente socialista António Costa defendeu, esta quarta-feira, que quem se conforma com uma vitória "pequenina" nas europeias também se conforma em não fazer a mudança, já que tal implica uma vitória expressiva dos socialistas nas legislativas.
António Costa falava na sessão de apresentação das linhasestratégicas da sua candidatura à liderança do PS, em Lisboa, numasessão em que os apoiantes do presidente da Câmara da capital dizemter juntado mais de mil pessoas.
Nas suas primeiras palavras, António Costa destacou as presençasno Teatro Tivoli dos antigos líderes do partido Mário Soares eFerro Rodrigues e, logo depois, referiu-se aos resultados alcançadospelo PS nas últimas eleições europeias.
"Os portugueses olharam para o PS e pediram ao PS que lhes dêum pouco mais, que lhes dê um suplemento de confiança, uma energiamotivadora e que lhes dê sobretudo a capacidade de agregar comoalternativa de Governo a grande maioria do contra - essa grandemaioria que já disse que não quer este executivo PSD/CDS. É essacapacidade agregadora que o PS não tem tido e que o PS precisa deter", defendeu o autarca de Lisboa.
Neste ponto, António Costa visou a atual direção do PS,frisando que "à derrota histórica da direita não correspondeunas eleições europeias uma vitória histórica do PS, como a queteve há dez anos sob a liderança de Ferro Rodrigues e como aquelaque o PS deve ambicionar ter nas próximas eleições legislativas,isto se quiser efetivamente fazer a mudança e não se limitar amudar de Governo".
"Sejamos claros, não podemos querer o poder pelo poder,porque só faz sentido ambicionar a conquista do poder se tivermos umprojeto, um sentido e um programa para o país. Quem se conforma comuma vitória pequenina é porque já se conformou em que não vaifazer a diferença e não vai fazer a mudança que os portuguesesquerem", declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
António Costa defendeu depois para o PS um sentido de urgênciana mudança, dizendo que na oposição ao Governo não estão apenasos partidos mais à esquerda no parlamento, mas também muitoeleitores tradicionalmente do PSD e do CDS.
Num discurso com críticas a uma lógica de confronto que atribuiuao atual Governo, o presidente da Câmara de Lisboa defendeu que épreciso "superar a permanente incerteza e a dúvida permanentesobre o imposto que vai subir ou o salário que vai ser cortado".
"Os portugueses anseiam em ter estabilidade no seu quotidianoe a sociedade anseia por ser pacificada. É preciso travar um Governoque não é capaz de defender os interesses nacionais na Europa, talcomo todos os outros governos defendem os interesses dos seus povos",concluiu o dirigente socialista.