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"Costa Concordia" chegou ao porto de Génova para ser desmantelado

MARCO BERTORELLO/ AFP

O navio "Costa Concordia", que naufragou a 13 de janeiro de 2012 causando a morte de 32 pessoas e provocando dezenas de feridos na costa da Itália, chegou ao porto de Génova pelas 11 horas locais (10 horas em Portugal continental), onde será desmantelado.

De acordo com a agência Efe, os fortes ventos atrasaram um pouco a chegada do navio, que deixou a Ilha de Giglio (local onde se encontrava desde o naufrágio) na passada quarta-feira, ao porto italiano.

Nesta altura, os técnicos responsáveis pelas operações do "Costa Concordia" prosseguem as manobras necessárias para atracar o navio, num processo que deve durar cerca de seis horas.Espera-se a chegada do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, a Génova durante a tarde para acompanhar o final destes trabalhos.

O tempo estimado até à desmontagem total rondará os 22 meses e será realizada em duas áreas dentro do porto genovês: o estaleiro de Prà-Voltri e o de Sampierdarena.

O ministro do Ambiente italiano, Gian Luca Galletti, mostrou-se satisfeito com o resultado da operação e destacou que o desmantelamento do Concordia permitirá a criação de postos de trabalho.

"Hoje não é um dia de festa, porque atrás desta chegada está a tragédia que provocou a morte de 33 pessoas", disse no entanto Galletti, recordando os 32 falecidos durante o incidente de 13 de janeiro de 2012, mas também o mergulhador espanhol que morreu em fevereiro durante as operações de recuperação do navio.

Galletti assegurou também, em conferência de imprensa, que a viagem do Concórdia foi realizada sem contaminação do mar por fuga de substâncias nocivas a bordo do barco.

"O cuidado com o meio ambiente foi uma prioridade, as últimas análises à água foram realizadas por volta da meia noite e deram negativo em termos de contaminação", disse.

A primeira fase do processo de recuperação do "Concordia" foi executada dia 14, depois de o navio ter sido trazido à superfície do fundo do mar, a dois metros de profundidade.

A reflutuação foi conseguida após as equipas de resgate injetarem ar em 30 flutuadores, fixados ao navio, que tem 300 metros de comprimento e 115.000 toneladas de peso. A operação de recuperação do navio é a mais ambiciosa alguma vez tentada num navio desta envergadura.

O naufrágio ocorreu a 13 de janeiro de 2012, na ilha de Giglio, após chocar com um rochedo, fazendo 32 mortos e dezenas de feridos entre os 4000 passageiros.

Francesco Schettino, o comandante do paquete, foi o único membro da tripulação a ser julgado por homicídio por imprudência, naufrágio e abandono do navio, enquanto os restantes membros receberam penas menos duras.

Redação