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Itália anunciou intenção de interromper operações de salvamento de migrantes

Angelino Alfano MATTEO BAZZI/ EPA

A Itália anunciou, esta sexta-feira, a intenção de interromper as operações de salvamento de migrantes no Mediterrâneo e instou a União Europeia a liderar as operações.

Segundo o Governo de Roma, o número de migrantes por via marítima a partir do norte de África já ultrapassa as 100 mil pessoas.

O ministro do Interior, Angelino Alfano, afirmou que a operação italiana "Mare Nostrum" - uma estrutura naval em grande escala lançada após o naufrágio de duas embarcações em outubro do ano passado - não pode continuar para além de outubro próximo e deve ser assumida pela agência de fronteiras da União Europeia, a Frontex.

"Nós não acreditamos que a 'Mare Nostrum', que foi um projeto de curto prazo, possa ir para um segundo ano. Vou fazer o meu melhor para ter certeza de que a Frontex e a Europa possam assumi-la", disse o governante transalpino, numa conferência de imprensa em Roma.

"Se tal não acontecer, o Governo italiano terá que tomar algumas decisões. A responsabilidade das fronteiras do Mediterrâneo deve pertencer à Europa", acrescentou.

O custo da operação "Mare Nostrum" é estimado em nove milhões de euros mensais, noticiou a AFP.

Segundo dados do ministério transalpino, cerca de 117 mil migrantes chegaram à Itália por barco entre agosto do ano passado e julho último, tendo 63 mil deles sido resgatados no âmbito da operação 'Mare Nostrum'.

A agência de refugiados da ONU anunciou, esta semana, que mais de 100 mil pessoas tinham chegado a Itália por via marítima desde o início de 2014, mais da metade delas fugindo à guerra, à violência e a perseguições.

Redação