Política

Seguro diz que Costa já se via em São Bento com um pé na Câmara e outro no Rato

O candidato socialista às primárias António José Seguro afirmou que o seu adversário interno, António Costa, já se via à janela de São Bento, olhando para Belém, com um pé na Câmara de Lisboa e outro no Largo do Rato.

António José Seguro falava num jantar comício da sua candidatura às eleições primárias do PS (no próximo domingo) no pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa, num discurso em que levantou por diversas vezes a plateia, sobretudo quando fez uma distinção entre os lisboetas trabalhadores e a "corte do Terreiro do Paço" e quando garantiu que "desta vez é a sério pela mudança, contra os interesses instalados".

"Estão aqui mais de mil respostas ao nosso adversário, que já fala em vitória antes do tempo, que já se via à janela de São Bento a olhar para Belém, mas com um pé na Câmara de Lisboa e outro no Largo do Rato", apontou com ironia Seguro, contrapondo que em democracia "não há vitórias antecipadas", porque "é o povo que decide quem ganha".

"E nós vamos ganhar", disse.

António José Seguro criticou depois a "corte do Terreiro do Paço", mas rejeitando que alguma vez tenha criticado os trabalhadores lisboetas.

"Nós criticamos a corte que se instalou no Terreiro do Paço e que vive à sombra dos orçamentos, mas nunca os trabalhadores, os funcionários públicos, os comerciantes e os empresários de Lisboa, porque esse é o povo que está ao nosso lado. A essa corte digo com clareza que nada ficará na mesma e que não serão os mesmos a pôr e dispor, como e quando lhes apetece. Desta vez é para mudar, é a sério, é para fazermos uma fronteira entre a política e os negócios", declarou, recebendo uma prolongada ovação.

"Não andamos aos ziguezagues"

"Aqui temos um projeto de mudança para Portugal e temos aquilo que é mais importante num primeiro-ministro de Portugal, que é a coerência e a verdade. Não andamos aos ziguezagues", disse o líder socialista, antes de referir que António Costa, em junho de 2011, justificou a decisão de não se candidatar à liderança deste partido com base no argumento de que "o PS precisava de um secretário-geral a tempo inteiro e de um presidente da Câmara de Lisboa em dedicação exclusiva".

"Pois bem, é altura do nosso opositor cumprir a sua palavra. Não se pode dizer uma coisa quando dá jeito e outra a seguir completamente diferente só porque passa então a dar jeito", sugeriu Seguro.

No jantar comício de Lisboa, António José Seguro voltou a insurgir-se por António Costa o tentar associar a consultores políticos que estiveram também ao serviço do ex-presidente da Câmara de Gaia Luís Filipe Menezes.

"Mas o mais curioso é que, nesse mesmo dia, no domingo, o nosso opositor interno recebeu o apoio de um músico que nas últimas eleições autárquicas tinha apoiado Luís Filipe Menezes, candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto. O país precisa ou não de ter um primeiro-ministro de confiança, que honre a palavra?", questionou Seguro.

Redação