Operação Marquês

Interrogatório de João Perna no DCIAP interrompido para almoço

O interrogatório complementar ao motorista de José Sócrates, João Perna, a decorrer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi interrompido às 12:30 para almoço, retomando às 14:30, disse o advogado do arguido, Ricardo Candeias.

João Perna, preso preventivamente no âmbito da investigação "Operação Marquês", está a ser ouvido por um procurador do DCIAP desde as 10:30, em interrogatório complementar.

O advogado Ricardo Candeias disse ainda aos jornalistas que o interrogatório recomeça às 14:30, devendo terminar cerca das 16:00.

A marcação do interrogatório complementar surgiu um dia depois de o advogado do motorista de José Sócrates entregar no DCIAP um requerimento a pedir a libertação de João Perna, invocando nulidades relacionadas com a prisão preventiva do seu cliente a "Operação Marquês", que levou também à detenção do ex-primeiro-ministro.

Na terça-feira, Ricardo Candeias declarou aos jornalistas, à porta do DCIAP, que o processo que envolve João Perna, indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e posse ilegal de arma, já devia ser público desde outubro, por se terem esgotado todos os prazos do inquérito previstos na lei processual penal.

O advogado sustentou que estão "esgotados" todos os prazos do inquérito, invoca nulidades e diz ter apresentado no requerimento novos factos que, em sua opinião, são "muito relevantes" para que o juiz de instrução criminal substitua a prisão preventiva por outra medida de coação menos gravosa.

José Sócrates está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada num caso relacionado com alegada ocultação ilícita de património e transações financeiras no valor de vários milhões de euros.

Além de Sócrates e João Perna, no âmbito da mesma operação está ainda em prisão preventiva Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data do ex-líder socialista.

O processo tem ainda como arguido o advogado Gonçalo Trindade, que está proibido de contactar com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente no DCIAP.

Redação