O poder negocial dos trabalhadores portugueses é demasiado elevado e prejudica os lucros das empresas, conclui um estudo de dois economistas do Banco Central Europeu, divulgado este mês.
O trabalho, titulado "Concorrência na economia portuguesa: estimativas para as margens de preço-custo em mercados de trabalho imperfeitos", fornece uma bateria de argumentos para que os políticos no poder possam continuar a desregulamentar a formação de salários e a contratação coletiva, uma maneira de introduzir mais concorrência entre trabalhadores, em benefício do valor acrescentado das empresas.
João Amador e Ana Cristina Soares, os autores, dizem que "este artigo confirma as conclusões de estudos anteriores sobre a existência de uma margem significativa para melhorar a concorrência nos mercados de produto portugueses, em particular no sector não transacionável [o que depende do mercado doméstico]".