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Ucrânia avança com tanques no aeroporto de Donetsk, sob protesto de Moscovo

O exército ucraniano revelou, este domingo, ter travado com carros de combate uma ofensiva dos rebeldes pró-russos no aeroporto de Donetsk, enquanto a Rússia acusa Kiev de recusar uma nova mediação do conflito.

Após dois dias de violentos confrontos, a pressão sobre as posições rebeldes ucranianas no aeroporto estava ao rubro, pelo que, sábado à noite, o exército ucraniano avançou com pelo menos 10 tanques para abrir um corredor e permitir a entrada de reforços e a retirada de feridos.

O contra-ataque foi seguido de tiros que ressoaram toda a noite no centro de Donetsk, tendo-se a situação agravado ao início da manhã de hoje, de acordo com jornalistas da agência France-Presse, citada pela Lusa, no local.

Já hoje, em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, tinha expressado a preocupação da Rússia pela "escalada das ações militares" nas regiões leste da Ucrânia, considerando que isso dificulta a busca de uma solução pacífica para o conflito.

O responsável acrescentou que, nos últimos dias, a Rússia encetou novas iniciativas para uma mediação entre as autoridades de Kiev e os líderes das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, propondo às duas partes em conflito um plano concreto para retirar a artilharia pesada.

"Lamentavelmente, a parte ucraniana não só recusou o plano sugerido e adiantou as suas próprias propostas como iniciou novamente as ações militares", disse o responsável russo.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores russo assegurou que "o lado russo está pronto para usar a sua influência sobre os rebeldes", de modo a "evitar vítimas civis".

Mas o "aeroporto de Donetsk deve ser colocado sob controlo dos rebeldes no âmbito dos acordos de Minsk" assinados em setembro, adianta o texto, pedindo "uma cessação total das hostilidades" e "um retorno imediato à aplicação "desses acordos.

Enquanto isso, em Kiev e noutras grandes cidades ucranianas, milhares de cidadãos reuniram-se para prestar homenagem aos mais de 4.800 mortos que o conflito causou desde abril.

Redação