O banco espanhol Santander, um dos interessados na compra do Novo Banco, fechou o ano de 2014 com lucros de 5,816 mil milhões de euros, um aumento de 39% face a 2013.
Em comunicado enviado, esta terça-feira, ao regulador espanhol do mercado acionista, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), o banco presidido por Ana Botín refere que "a melhoria nos lucros é consequência do aumento das receitas básicas em 3%" conjugado com "uma descida dos custos de quase 1% e uma descida de 14% nas dotações para insolvências" face a 2013.
"Tudo isso ao mesmo tempo que cresce o negócio, tanto em créditos como em recursos de clientes [depósitos e fundos de investimento], desce a taxa de mora, aumenta a taxa de cobertura e melhora o rácio de solvência", indicou o Santander, que apresenta publicamente os resultados em conferência de imprensa, esta terça-feira, às 11 horas (12 em Portugal continental).
Tal como outras entidades bancárias espanholas cotadas, o Banco Santander aplicou os novos critérios contabilísticos relativos às contribuições para o Fundo de Garantia dos Depósitos (FGD) que o Banco de Espanha comunicou em dezembro. Este novo critério reduziu os lucros de 2013 do Santander de 4,370 mil milhões (reportados inicialmente) para 4,175 mil milhões.
Sem esta interpretação da nova norma, os lucros do Santander em 2014 teriam subido 33,1 por cento.
Na atividade com clientes, o Santander fechou o ano com um total de crédito concedido de 761,9 mil milhões de euros, ou seja um aumento de 5% em relação a 2013.
"Em 2014, o Santander aumentou o crédito em 5%, com uma melhoria sustentada da taxa de mora e uma queda significativa das provisões por insolvência", indicou a presidente do banco no mesmo comunicado à CNMV.
Já os depósitos e fundos de investimento ascenderam a 772,3 mil milhões, mais 60,5 mil milhões do que no ano anterior, o que representa um crescimento de 6%.
O Santander indica que, pela primeira vez desde o início da crise, os seus lucros cresceram nos dez principais mercados e que, destes, os da Europa representam 52 por cento do total.
Na Espanha, os lucros foram de 1,121 mil milhões de euros (mais 141%), com a margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos créditos e aplicações financeiras e os juros que remuneram os depósitos) a crescer 9% e os custos a caírem 7%.
Já a operação no Reino Unido gerou lucros de 1,576 mil milhões de euros (1,270 mil milhões de libras, ou seja mais 30%). A margem financeira cresceu 16%, mas também os custos: um aumento de 5%.
Na América Latina, o mercado do Brasil rendeu ao grupo Santander lucros de 1,558 mil milhões de euros (4,857 mil milhões de reais, +8%), com o crédito a subir 10%.
Por outro lado, em termos globais, custos do Santander caíram quase 1%. O banco indica que o seu rácio de eficiência melhorou 1,1 pontos percentuais, situando-se nos 47%.
Em janeiro o Santander realizou uma ampliação de capital de 7,5 mil milhões de euros, para melhorar os níveis de solvência, altura em que reafirmou a intenção de comprar o Novo Banco.