"A Maria (Zamora) nunca fez segredo de que foi vítima de violência doméstica e de que era perseguida pelo ex-namorado". Quem o afirma é a realizadora Raquel Freire, amiga de longa data da atriz, de 40 anos, que foi encontrada morta, no passado domingo, à noite, pelo atual namorado.
A cineasta diz que Maria Zamora era "uma mulher bem-humorada" e que "nem o que passou desde março do ano passado lhe tirou a boa disposição". Um caso que, relata, envolveu "um senhor com quem começou por viver a história do príncipe encantado e que veio a descobrir, mais tarde, ter cadastro por outros dois casos de agressões a mulheres".
Ainda em choque, a amiga da atriz acrescenta: "O ex-namorado dela tentou matá-la e perseguia-a. Roubou-a, ela descobriu, confrontou-o e ele tentou enforcá-la com um lenço. Os vizinhos ouviram os gritos, veio a Polícia e a Maria apresentou queixa. Uma queixa de que nunca desistiu. Ele chegou a ameaçá-la, dizendo que ia dar ordem ao pittbull que tinha para a matar".
Maria Zamora terá passado os últimos meses a "fugir" do alegado agressor. "Começou por meter grades na casa, mas ele entrava na mesma", diz, ainda, a realizadora.
Cansada de ser perseguida, "foi para casa dos pais por uns tempos, no Norte, e quando voltou contou a história [aos amigos] e decidiu que não ia voltar a casa". Raquel Freire foi "levá-la várias vezes a casa de amigas, onde ela ficava, até ter alugado um estúdio. Ele [o ex-namorado] chegava a ir ao hospital [onde Maria era a dra. Tutti Frutti, da Operação Nariz Vermelho] fazer esperas. Os colegas sabem disso, da violência. Como ela tinha um namorada novo, há um mês, acho que ele ficou mais paranoico", aponta.
O funeral da atriz foi esta quarta-feira à tarde, em Macedo de Cavaleiros.