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Eleições deste domingo na Andaluzia dão tiro de partida para novo mapa político

As eleições que decorrem, este domingo, na comunidade autónoma da Andaluzia inauguram um novo ciclo eleitoral em Espanha, que poderá vir a alterar radicalmente o panorama político de todo o país.

É a primeira chamada às urnas depois da entrada em força de novos partidos políticos que disputam a hegemonia eleitoral em Espanha. E a Andaluzia poderá tornar-se no último reduto dos socialistas, quando terminar o ciclo eleitoral que prossegue em maio com as municipais e autonómicas e culmina no final do ano com as legislativas. A nível estatal, as entradas em cena do Podemos, de Pablo Iglesias (que encabeça muitas sondagens), e, mais recentemente, do partido de origem catalã Ciudadanos ameaçam sepultar definitivamente a hegemonia do PP e do PSOE, habituados a alternar no poder desde a transição para a democracia.

Apesar de a Andaluzia ser a comunidade que mais sente a crise económica que abala Espanha - é a que regista a mais elevada taxa de desemprego (ver caixa) e onde mais casos de corrupção se acumulam -, é também a região onde o tradicional bipartidarismo espanhol melhor poderá resistir à chegada das novas formações. Por isso mesmo, a presidente da comunidade autónoma, a socialista Susana Díaz, decidiu convocar eleições antecipadas para tentar segurar o poder, antes do descalabro que se augura para o PSOE a nível estatal. Se as sondagens se confirmarem, os socialistas deverão sair vitoriosos, embora com o pior resultado na história do partido na Andaluzia, rondando os 35%. Se até aqui o parlamento autonómico contava apenas com três formações, a partir de agora será mais plural, devendo integrar pelo menos cinco partidos. Coligação à vista Longe da maioria absoluta, Susana Díaz sabe que terá de contar com o apoio de outros partidos para poder governar. Uma vez que já rejeitou pactos pós-eleitorais com o PP (que poderá ficar abaixo dos 25%) e com o Podemos (que ronda os 20%), a presidente andaluza poderá voltar a virar-se para a Esquerda Unida, até aqui parceira de coligação (embora este tenha uma estimativa que não ultrapassa os 7%). Ou então para o Ciudadanos, que surpreendeu nas últimas sondagens com uma intenção de voto a rondar os 6%.