O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, Manuel Santos Cardoso, renunciou ao cargo, esta quinta-feira, disse fonte oficial daquela estrutura sindical.
A mesma fonte informou que o pedido de renúncia de Manuel Santos Cardoso foi aceite pelo presidente da Mesa da Assembleia do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
Não foram divulgados, por enquanto, os motivos da renúncia do presidente do SPAC.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) convocou há quase uma semana uma assembleia-geral extraordinária para terça-feira, em Lisboa, para "apresentação e votação" de uma moção de confiança à direção.
De acordo com a convocatória publicada na imprensa, a moção de confiança é o ponto único da ordem de trabalhos da assembleia-geral, que decorrerá num hotel em Lisboa.
Fonte do SPAC disse na altura à Lusa que a reunião foi marcada devido "ao ruído que surgiu em torno da greve" de 10 dias dos pilotos da TAP e da Portugália, que decorreu entre 01 e 10 de maio.
A direção do sindicato sentiu necessidade de sentir o apoio dos seus associados para poder prosseguir com a estratégia com que foi eleita, referiu a mesma fonte.
O SPAC emitiu na sexta-feira uma declaração com outros sindicatos que representam trabalhadores do Grupo TAP, na qual se comprometem a lançar "todas as ações" necessárias para impedir a privatização da transportadora aérea.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), o SPAC e o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), que são os signatários da declaração, não especificaram quais as iniciativas que poderão ser concretizadas.
No documento, os sindicatos afirmaram que vão "exigir ao Governo e ao Conselho de Administração o fim da discriminação e o cumprimento dos respetivos Acordos de Empresa, no respeito pela Lei, e apelar à opinião pública e ao povo português para que se una de modo a parar, enquanto ainda é tempo, esta insensatez do Governo, que seria a entrega do Grupo TAP a uma entidade que seguramente o vai desmantelar, empobrecendo assim o país".
O Governo decidiu passar dois candidatos à compra da TAP à fase de negociação, afastando o consórcio de Miguel Pais do Amaral e continuando a negociar com Gérman Efromovich e David Neeleman.
O presidente do Sindicato dos Pilotos afirmou no final de abril, em entrevista à Lusa, que não tem "nada contra ou a favor da privatização" da TAP, considerando que a companhia "como está vai ter que ser reestruturada", quer seja pública ou privada.
Segundo Manuel Santos Cardoso, "essa reestruturação vai sempre obrigar a haver reduções do número de trabalhadores".
O comandante da TAP foi eleito presidente do SPAC em outubro e iniciou em meados de novembro o mandato de dois anos.