Já se viram "reality-shows" com famosos, anónimos, numa ilha deserta, numa quinta, numa casa ou até num quartel. Agora, o formato "Go Back To Where You Came" leva os concorrentes para o meio de um cenário de guerra na Síria.
A televisão pública australiana estreou, esta terça-feira, a terceira temporada de "Go Back To Where You Came", um programa que proporciona aos concorrentes uma experiência de alto risco, levando-os para o meio de cenários de guerra como Síria, Iraque e Myanmar.
Nas cenas gravadas na Síria, os participantes aparecem numa área próxima à região ocupada pelo ISIS. Escoltados por militares curdos, os concorrentes foram apanhados no meio de um tiroteio que os obrigou a protegerem-se atrás de edifícios. Depressa não tardou a surgir uma onda de críticas dos militares australianos pela forma como o programa mete a vida dos concorrentes e da equipa de filmagem em risco.
O produtor do formato, Michael Cordell, defende-se, afirmando que o "o grupo é acompanhado por uma equipa de segurança armada que está preparada para qualquer incidente e tomou rapidamente as medidas necessárias para levar os participantes e a equipa para um lugar mais seguro".
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Este polémico programa nasceu em 2011 com o objetivo de consciencializar a população australiana para a questão da entrada de refugiados no país. A Austrália acolhe cerca de seis mil refugiados por ano, sendo um dos principais destinos para as pessoas que fogem da guerra e o fluxo é uma constante polémica no país. "O programa tem como objetivo dar um rosto humano a um problema global urgente. Esperamos contribuir para um debate inteligente", disse o produtor.
Apesar da polémica, "Go Back To Where You Came já venceu um Emmy para a categoria de melhor programa de entretenimento sem guião em 2013. A viagem para a Síria é o primeiro de três capítulos deste "reality show", que inclui uma viagem ao Iraque e outra à Myanmar. Em temporadas anteriores, o programa esteve no Afeganistão, Somália e Indonésia.