Economia

Seis factos sobre o "crash" chinês

As bolsas caíram um pouco por todo o mundo. Mas nem todos ficaram a perder

1 - A queda dos mercados começou na semana passada. Na sexta-feira passada, o índice Bloomberg Billionaires anunciava que os 400 mais ricos do mundo tinham perdido 161 mil milhões de euros, o correspondente a dois terços da dívida pública portuguesa. O especulador norte-americano e terceiro homem mais rico do mundo, Warren Buffett, foi quem mais perdeu: 1,5 mil milhões de euros. Ainda assim, "valia" 56 mil milhões de euros. O chinês mais rico, Wang Jianlin, ficou sem 3,1 mil milhões de euros. Ainda assim, a fortuna deste "self made man" era de 27 mil milhões de euros.

2 - Na segunda-feira, o principal índice bolsista chinês teve a maior queda diária desde 2007, de 8.5%. Nesse ano, começou a crise no setor do crédito imobiliário de alto risco norte-americano que espoletou a crise financeira e subsequente recessão económica global.

3 - O petróleo atingiu o valor mais baixo dos últimos seis anos e meio. Ainda assim, não é de esperar que a gasolina e gasóleo fiquem mais baratos, em Portugal, por duas grandes razões: a fórmula de cálculo do preço de venda aos consumidores e a elevada carga fiscal. Por cada dez euros de combustível, seis são impostos.

4 - Nem todos ficaram a perder. Quando os investidores venderam as ações que tinham em carteira, investiram o dinheiro noutro tipo de ativos, como a dívida pública de países considerados seguros, como os Estados Unidos e a Alemanha. Hoje, o Estado norte-americano paga uma taxa de juro de perto de 2,08% pela dívida emitida a dez anos, enquanto os alemães pagam 0,73%

5 - As moedas de países em vias de desenvolvimento, desde a África do Sul até à Malásia, estavam a desvalorizar. Em consequência, as importações feitas por estes países ficarão mais caras. Como por norma são importadores líquidos, a consequência é a subida dos preços ao consumidor (inflação) e correspondente perda de poder de compra.

6 - A China representa 16% da economia mundial (é a segunda maior, a seguir aos Estados Unidos) e tem sido responsável por metade do crescimento económico global.

Alexandra Figueira