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Rebeldes sírios dizem que Rússia não atacou Estado Islâmico

Alegado ataque russo em Idleb Khalil Ashawi/Reuters

Um dos comandantes do Exército Sírio Livre, da oposição moderada, assegurou que a aviação russa bombardeou posições do seu grupo nas províncias de Hama e Idleb.

Contactado telefonicamente pela agência EFE, o general Ahmad Rahal precisou que os aviões russos visaram esta quinta-feira posições do Exército Sírio Livre (ESL), em Khan Shijun e Kafr Nabel, em Idleb (noroeste), e na quarta-feira atacaram a base de uma das suas brigadas em Hama (centro).

O Exército Sírio Livre, de tendência moderada e fundado por desertores das Forças Armadas do regime de Damasco, recebem apoio militar dos Estados Unidos e estão ligados à Coligação Nacional Síria, a principal aliança política da oposição a Bashar al-Assad.

O general assegurou que em nenhuma das áreas bombardeadas pela aviação russa até agora estão presentes combatentes do grupo extremista Estado Islâmico, como afirma Moscovo.

"A Rússia está a atacar zonas que são vitais para o regime porque são próximas de locais habitados pelos alauítas", grupo étnico-religioso a que pertence o presidente sírio, disse o general.

A aviação russa iniciou na quarta-feira ataques aéreos na Síria. Moscovo garante visar posições do Estado Islâmico, mas França e os Estados Unidos admitiram que outros grupos possam ter sido visados.

Também esta quinta-feira, o senador republicano norte-americano John McCain afirmou à cadeia CNN poder "confirmar absolutamente" que alguns dos primeiros ataques russos na Síria atingiram rebeldes apoiados pelos Estados Unidos e treinados pela CIA. "Os primeiros ataques deles foram contra os indivíduos e os grupos que foram financiados e treinados pela CIA", disse McCain, acrescentando: "Temos contactos com pessoas que estão lá".

Para McCain, a entrada da Rússia no conflito sírio demonstra "um desprezo incrível por qualquer forma de cooperação ou qualquer esforço para esconder qual é a principal prioridade: apoiar Bashar al-Assad".

Redação