Tenho a convicção de que o século XXI vai ser o século das mulheres. No mundo ocidental, primeiro, e nos restantes mundos, depois, vão chegar à proeminência que a história lhes deve, e não será por condescendência. Espero que a humanidade perceba rapidamente que necessita de mais mulheres a tomar decisões, de mais mulheres a tomar a liderança, de mais mulheres a ser responsáveis pelas suas comunidades. É preciso reconhecer: o Mundo liderado apenas pelos homens não tem sido grande coisa e talvez esteja na altura, com a cabeça baixa, de se passar o testemunho.
Como aconteceu antes, com as lutas pelas minorias e pelos direitos dos homossexuais, há cada vez mais mulheres a influenciar a narrativa no discurso público e mais gente a cobrar os abusos de linguagem ou de comportamento, que resultam do profundo machismo latente que todos conhecemos, como outros eram fruto de racismo e que agora ninguém consente.
Sei bem que ainda há racistas e que haverá sempre mulheres a quem, por serem mulheres, não será permitido serem mais. Haverá sempre sombras e pedras no caminho. Mas ainda que o bom chegue devagar e o bem só depois de muito sofrimento, sei também que este texto se tornará um anacronismo muito brevemente.
JORNALISTA