Os vendedores da Torre de Belém vão manifestar-se novamente junto à Administração do Porto de Lisboa (APL), na próxima segunda-feira, de manhã, devido à notificação para abandonarem o espaço junto ao monumento. Dessa vez, contam com o apoio dos comerciantes que estiveram instalados junto ao Padrão dos Descobrimentos.
Naquela nova acção de protesto, os comerciantes tencionam acorrentar-se ao edifício da APL, além de levarem consigo forcas e cartazes com mensagens de desagrado perante a actuação da APL, aproveitando o facto de nesse dia estar presente na Administração um representante do Governo.
Os comerciantes alegam que a APL não quer dialogar para resolver a situação das lojas e da permanência dos vendedores no espaço em questão, depois de 30 anos de negócio na Torre de Belém.
Ernesto Guerra, um dos vendedores, acusa a APL de não mostrar qualquer vontade em resolver a situação, dizendo mesmo que a Administração os "trata abaixo de cão". O mesmo elemento relembra também que os vendedores da Torre de Belém celebraram um contrato de requalificação dos espaços comerciais há cinco anos com a APL, que lhes prometeu usufruto do espaço como vitalício .
Entretanto a posição dos vendedores não muda e tencionam "levar esta situação até às últimas consequências". Pedem mesmo a demissão da actual Administração e não esperam ver o seu problema resolvido de forma favorável sem essa mudança, alegando que o actual presidente "é um ditador".
O comerciante lança ainda acusações de que a APL tencionará abrir um concurso público para o espaço em questão, depois de os actuais ocupantes deixarem o local.
Contactada pelo JN, a APL diz não perceber as razões da acção de protesto por parte dos comerciantes, já que "o assunto está encerrado" e à espera da decisão do Tribunal Administrativo e do resultado das providências cautelares colocadas pelo advogado dos comerciantes, em Dezembro e Fevereiro.
Aquando do protesto ocorrido na Torre de Belém no passado dia 14 de Março, a APL pediu aos comerciantes que retirassem todos os cartazes das lojas, ordem que aqueles cumpriram, mas em relação à qual voltam agora a recuar.
Voz
Manuel Santos
Gabinete de comunicação da APL
O assunto está encerrado, à espera da decisão do tribunal. Mas por que razão é que os vendedores se vão manifestar? Contra quê?"