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PCP acusa PSD e CDS-PP de quererem desacreditar Orçamento

O secretário-geral do PCP Jeronimo de Sousa sopra as velas do bolo do almoço comemorativo do 95.º aniversário do partido, 13 de março de 2016, no Pavilhão do Clube de Pessoal da Siderurgia Nacional em Paio Pires, Seixal. TIAGO PETINGA/LUSA

O secretário-geral do Partido Comunista Português acusou, este domingo, o PSD e CDS-PP de terem "medo" do PCP e quererem desacreditar um Orçamento "diferente", que, ao contrário do da direita, não irá "infernizar a vida" dos portugueses.

"Foi possível, ainda que de forma limitada, dar resposta às aspirações dos trabalhadores e do povo", disse Jerónimo de Sousa sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2016: "É um Orçamento que ousa (...) devolver salários e direitos", prosseguiu o comunista, que falava num almoço comemorativo do 95.º aniversário do partido.

Falando perante centenas de pessoas, em Paio Pires, distrito de Setúbal, Jerónimo de Sousa foi particularmente crítico para com PSD e CDS-PP, partidos que, advoga, "estão raivosos" com os comunistas.

"Eles [PSD e CDS-PP] são capazes de afirmar que o PCP está em declínio, a morrer. Têm tanto medo deste PCP porque sabem que foi quem teve um papel fundamental na construção da nova solução política que hoje existe em Portugal", vincou o secretário-geral do PCP.

Nesse sentido, prosseguiu, a direita está a mover a sua "rede tentacular de influências para desacreditar toda e qualquer solução que sai dos cânones que servem os seus interesses".

Depois, Jerónimo de Sousa questionou que Orçamento seria aquele que um eventual executivo de direita apresentaria para 2016: "Que orçamento seria esse?", atirou, logo respondendo que seria um texto que iria continuar a "infernizar a vida" ao "povo e aos trabalhadores".

De todo o modo, o líder comunista reconheceu que o Orçamento para 2016 "poderia e deveria ir mais longe", e elencou várias matérias que o PCP apresentou no parlamento em sede de especialidade, como, por exemplo, o aumento das pensões.

"A rejeição das propostas por parte do PS não abrandará a nossa aposta determinada", sinalizou Jerónimo de Sousa.

Na sua intervenção, de perto de 40 minutos, o secretário-geral do PCP lembrou o "empenhamento" dos comunistas no "tomar já de medidas positivas de reposição de direitos e rendimentos extorquidos" nos últimos anos.

PSD e CDS-PP, insistiu, "não toleram" um Orçamento diferente: "Com um governo PSD/CDS, o que os portugueses teriam era novos cortes nas prestações sociais, a imposição de mais 600 milhões [de euros] de cortes nas reformas e nas pensões, a manutenção dos cortes nos salários até 2019", sublinhou o comunista.

Jerónimo de Sousa enalteceu também na sua intervenção o papel do PCP ao longo da sua história, numa altura em que se assinala o 95.º aniversário do partido.

No final da intervenção, e antes da atuação de vários conjuntos musicais, o líder comunista, acompanhado de vários elementos do partido, soprou as velas de um bolo de aniversário do partido preparado pela organização do almoço-convívio.

Redação