Ter uma licenciatura não garante emprego certo, mas ajuda a encontrar lugar no mercado laboral.
Na discussão sobre as qualificações dos trabalhadores portugueses, a taxa de desemprego pode ser um argumento na altura de decidir se compensa o investimento (em tempo e dinheiro) necessário para frequentar o ensino superior e obter um "canudo". E, em Portugal, ter formação de grau superior dá uma vantagem a quem se limita ao secundário ou nem isso.
Na segunda metade do ano passado, o Instituto Nacional de Estatística dizia que a taxa de desemprego entre as pessoas que apenas tinham completado o ensino básico era de 14%; para quem tem o secundário, a taxa desce para 13,3%; e entre os licenciados, é menor ainda, de 8,3%. Ou seja, os licenciados não estão imunes ao desemprego, mas não menos atingidos do que as pessoas com menos qualificações. A média nacional era de 11,9%.
A realidade não é, contudo, igual em todo o território português. De acordo com a Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, na mesma altura, a taxa de desemprego entre licenciados na região Norte disparava para 19,4%, acima do Alentejo (17,7%), do Centro (12,2%) e de Lisboa (apenas 10,4%).
A disparidade regional faz com que quase metade dos desempregados com um curso superior resida no Norte. A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) indica que mais do que quatro em cada dez (42,5%) dos desempregados licenciados encontram-se na região nortenha, contra 27,9% em Lisboa e 21,1% no Centro.
Há cursos com pleno emprego
O desemprego entre licenciados varia também consoante o curso. A A3ES mostra que muitos, em todo o país, quase não têm desemprego. É o caso Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos, Agronomia ou Biomedicina, Física, Matemática Aplicada. Mas muitos outros são uma via para o desemprego, como Ciências Empresariais, Ciências Sociais e o Comportamento e Formação de Professores.