Adrian Bridge é o diretor geral do grupo "The Fladgate Partnership", proprietário das casas de vinho do Porto Taylor"s, Fonseca, Croft e Krohn e de alguns hotéis de luxo do Grande Porto.
Veio para Portugal em 1994, para continuar o negócio da família da esposa. Com negócios que atravessam fronteiras, acredita que "não é possível voltar a um mundo pré-globalizado", como é defendido pelos apoiantes da saída do Reino Unido da UE.
O coração dos britânicos pede a independência mas o mais lógico é o Reino Unido "ficar à volta da mesa", diz o atual presidente da Feitoria Inglesa, marco britânico da cidade. Adrian Bridge usa mesmo a globalização para responder ao argumento de que deixar de contribuir para Bruxelas pode levar a uma poupança de custos, dizendo - dando o exemplo do Portugal da CEE - que o dinheiro gasto é devolvido em benefícios e acessos a serviços por todo o mundo.
Quanto à questão da imigração, "é um problema pontual" e os europeus que estão no Reino Unido "vão voltar a casa quando a economia europeia voltar a crescer".
O CEO do hotel "The Yeatman", em Gaia, não deixa de sublinhar a ideia de que "não se pode viver isolado do mundo" e que "as pessoas querem ir de férias a Portugal ou Finlândia e visitar a família a São Francisco ou Paris, e devem poder".
Adrian Bridge vê a UE como um "bom projeto", mas a que falta "melhor visão, liderança e metodologias para mover as pessoas". Crítico acérrimo do "défice democrático da Europa", afirma que "os políticos têm de se lembrar que são representantes da população e que as pessoas não estão contentes". Numa crítica final, diz que foi "um erro arrogante" não dar incentivos a David Cameron para ficar. Sendo a saída do primeiro-ministro inglês uma possibilidade, seria uma "resposta correta" e um "exemplo de democracia".