Pedro Antunes Pereira
A Universidade do Minho (UM) está disponível para apoiar a preparação de uma candidatura do Minho, a Região Europeia da Cultura em 2012, reunindo para isso a contribuição das autarquias. A ideia foi ontem avançada pelo reitor da UM, na cerimónia de comemoração dos 32 anos da academia minhota que contou com a presença do Ministro da Ciência e Ensino Superior. Para Guimarães Rodrigues, "compete também à Universidade desenvolver a sua acção como agente cultural", manifestando "a disponibilidade da UM, através do seu Conselho Cultural e das suas unidades culturais para se envolver e colocar toda a expressão institucional por detrás de uma candidatura a Região Europeia da Cultura".
O processo, que está a ser liderado pelo professor Lúcio Craveiro da Silva, já mereceu, segundo o reitor, pareceres positivos das câmaras de Guimarães e Braga. Aliás, o JN sabe que a Autarquia de Braga continua com a intenção de apresentar a candidatura a capital europeia da cultura mas está totalmente disponível para discutir um outro modelo. Guimarães Rodrigues revelou ainda a importância de haver um terceiro concelho associado a este projecto. Nesse contexto e atendendo ao trabalho desenvolvido em Vila Nova de Famalicão, pela Casa das Artes, este município afigura-se bem colocado para integrar o projecto, promovendo, também, uma correlação de forças políticas.
No discurso, o reitor aproveitou ainda para voltar a mostrar "a disponibilidade da UM para a articulação" do ensino superior na região "Mantemos essa preocupação e aguardamos que esta disponibilidade encontre eco nos parceiros responsáveis pelo desenvolvimento da região". O ministro congratulou-se com esta ideia prometendo fazer o que estiver ao alcance do Ministério para que seja alcançada.
Insuficiência financeira
Guimarães Rodrigues fez um balanço do ano de 2005 em termos de instituição, considerando o ano passado "como mais um ano de insuficiente financiamento da Universidade. O orçamento foi extremamente penalizante, representando uma redução de 4% em relação a 2004. O decréscimo do orçamento foi de cerca de 720 mil euros e não levou em conta o aumento com as promoções e com os vencimentos da Função Pública.
A redução em 786 alunos inscritos reflectiu-se numa redução no valor da receita das propinas de cerca de 582 mil euros. No entanto, como reconhece Guimarães Rodrigues "mais uma vez, a fixação do valor das propinas adquiriu uma importância determinante para a viabilização do funcionamento da Universidade".
Mas nem tudo foram más notícias. A taxa de sucesso escolar de diplomados da UM é de 77% o que a coloca no primeiro lugar em relação a outras universidades. A academia minhota foi também reconhecida como a instituição que, em Portugal, mais contribuiu, nos últimos 20 anos, para o desenvolvimento da sociedade de informação como provam as distinções em concursos de investigação e a selecção para a instalação da rede europeia de tecidos e medicina regenerativa.
Para o futuro, a aposta vai continuar a ser "a cooperação com a Galiza" seja "na integração e cobertura de ligações digitais, seja no reforço de plataformas científicas e tecnológicas abrangentes".