Os últimos 10 anos no Norte em números

"Recuperar a fecundidade e inverter a emigração"

A Região Norte, tradicionalmente mais jovem, regista atualmente níveis de envelhecimento demográfico com relativo significado, não se destacando neste aspeto concreto no contexto nacional.

O aumento da população com idade igual ou superior a 65 anos deve-se sobretudo ao incremento verificado na longevidade e na esperança de vida, segundo o INE, a mais elevada do país, o que revela a existência de melhores condições de vida, assistenciais e de saúde para a população residente face ao passado.

Recentemente, a proporção representada pelas pessoas que atingiram aquelas idades tem vindo a ganhar cada vez maior dimensão também como consequência da acentuada diminuição da fecundidade registada na Região, a segunda mais baixa no contexto nacional, em 2015 (ISF = 1,17 filhos por mulher).

A conjugação destes dois fenómenos demográficos implicou não só uma aceleração do envelhecimento, como uma perda de dinamismo demográfico ao nível do movimento natural (diferença entre nascimentos e óbitos) agravada, nos últimos anos, pelo acentuar da emigração que afetou sobremaneira a população jovem em idade de casar e ter filhos. Este quadro de declínio demográfico que vem afetando a Região suaviza-se nas zonas consideradas mediamente urbanas e ainda mais nas urbanas, significativamente mais rejuvenescidas do que as rurais.

A recuperação do dinamismo demográfico do Norte está assim muito dependente não só da recuperação nos níveis de fecundidade como principalmente na capacidade de reverter os fluxos migratórios.

Maria Filomena Mendes, pres. Associação de Demografia