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Obama alerta para o perigo de um "nacionalismo rude" de Trump e Le Pen

Obama e Tsipras, durante um encontro em Atenas REUTERS/Kevin Lamarque

O ainda Presidente norte-americano, Barack Obama, alertou, esta terça-feira, para o aumento generalizado no mundo de um "nacionalismo rude", após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos ou a saída britânica da União Europeia.

Obama falava hoje em Atenas, naquele que será o seu último périplo na Europa como chefe de Estado norte-americano.

"Vamos ter de nos proteger contra a ascensão de um tipo de nacionalismo rude ou de uma identidade étnica ou tribalista que é construído em redor da noção 'nós' e 'eles'", declarou Barack Obama durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, depois de ter feito uma referência à eleição de Donald Trump, ao "Brexit" e à líder da Frente Nacional (partido da extrema-direita), a francesa Marine le Pen.

O chefe de Estado norte-americano pediu no entanto que "não sejam feitos paralelismos" entre a líder da Frente Nacional e a primeira-ministra britânica, Theresa May, uma política conservadora "muito tradicional".

Sobre a escolha do seu sucessor, Obama referiu que "às vezes, as pessoas têm apenas vontade de tentar alguma coisa para ver se isso pode mudar tudo".

"E acredito que isso teve um papel importante" no resultado eleitoral do dia 8 de novembro, prosseguiu.

Na mesma conferência de imprensa, Obama admitiu estar "surpreendido" com o resultado das eleições norte-americanas e com a vitória do candidato republicano.

"Não me sinto responsável pelo que diz ou faz o Presidente eleito, mas sim, durante o período de transição, de apresentar as minhas melhores ideias para levar o país para a frente e de falar sobre coisas sobre as quais acho que o Partido Republicano está errado", acrescentou.

Obama defendeu ainda que a sua "visão" sobre a inclusão das minorias nos Estados Unidos está "certa" e que, embora "não ganhe a curto prazo", irá sair vitoriosa a longo prazo.

Depois de uma visita de dois dias à Grécia, Obama desloca-se à Alemanha, onde será recebido pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Redação