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Muro entre EUA e México começa a ser construído "em meses"

Kevin Lamarque/Reuters

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou esta quarta-feira que a construção de um muro na fronteira com o México vai começar "em meses" e que o planeamento do projeto será feito "de imediato".

"Assim que possamos, assim que possamos fazê-lo", afirmou Trump numa entrevista à estação ABC, quando questionado sobre a construção do muro ao longo da fronteira com o México, que tem uma extensão total de cerca de três mil quilómetros, uma das suas propostas mais polémicas durante a campanha eleitoral para as presidenciais de novembro do ano passado.

"Diria que em meses, sim. Diria que em meses, o planeamento vai começar certamente de imediato", reforçou o chefe de Estado americano.

A proposta de Donald Trump visa travar a entrada de imigrantes ilegais no território americano.

Na mesma entrevista ao canal americano ABC, Trump, que tomou posse no passado dia 20 de janeiro, insistiu que "em última instância" o custo do muro será "reembolsado pelo México" e que o pagamento vai cobrir "100%" do custo do projeto de construção.

O Presidente dos Estados Unidos confirmou que o governo federal irá adiantar o dinheiro necessário para iniciar a construção, valor que será posteriormente reembolsado pelos "vizinhos" mexicanos.

Segundo cálculos realizados pela comunicação social norte-americana durante a época eleitoral, a ideia de Trump poderá custar cerca de 10 milhões de dólares (9,4 milhões de euros).

"Só digo que existirá um pagamento, que vai acontecer de alguma forma, talvez de uma forma complicada, o que estou a fazer é bom para os Estados Unidos, também vai ser bom para o México. Um México mais estável e mais sólido", prosseguiu o governante.

A 22 de outubro, durante a campanha eleitoral das presidenciais norte-americanas, Donald Trump avisou que as autoridades mexicanas iriam ressarcir os Estados Unidos pelos custos envolvidos na construção do muro fronteiriço, que pretende travar a entrada de imigrantes ilegais no território americano.

"Disse que o México pagaria o muro, no entendimento de que o país iria reembolsar os Estados Unidos pelo custo total desse muro", disse então o magnata do imobiliário.

Antes, Trump tinha afirmado que seria o México a pagar diretamente a construção do muro.

Em agosto, em plena campanha eleitoral, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, convidou os dois candidatos presidenciais norte-americanos, Donald Trump e a democrata Hillary Clinton, a visitarem o país.

Trump aceitou o convite e, nessa altura, garantiu que não discutiu com Peña Nieto qualquer questão sobre quem iria pagar o quê.

"Não discutimos o pagamento do muro, isso fica para uma data mais à frente", garantiu então.

Peña Nieto, por sua vez, escreveu na mesma altura no Twitter: "No início da conversa com Donald Trump, deixei claro que o México não vai pagar pelo muro".

Questionado pela ABC a propósito da recusa mexicana em pagar a fatura do muro, Trump respondeu que Peña Nieto não podia afirmar outra coisa.

"Ele tem de dizer isso, tem de dizer isso", referiu o multimilionário nova-iorquino.

Trump assinou hoje duas ordens executivas para aumentar a segurança nas fronteiras e reprimir os imigrantes que vivem ilegalmente no país.

As duas ordens executivas foram assinadas durante uma cerimónia no Departamento de Segurança Interna, depois de o general na reserva John Kelly ter sido confirmado sexta-feira pelo Senado como secretário da Segurança.

As ordens executivas determinam a construção de um muro entre a fronteira dos Estados Unidos e o México, uma das promessas eleitorais de Donald Trump, e retiram fundos federais às chamadas "cidades santuário", que não prendem ou detêm os imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, ou seja, protegem a deportação de indocumentados.

Chicago, Nova Iorque e Los Angeles são algumas das "cidades santuário".

Redação