Para quem vive o mundo exclusivo dos charutos, Gérard é um nome reconhecido e representa mestria. Vahé Gérard classifica-se a si próprio como "artesão" e "fazedor de sonhos", com um muito seu que os seus "puros" conquistem também as mulheres.
Este suíço filho de arménios lidera a casa especializada em charutos "praemium" que ganhou um Óscar dos Puros, no VII Festival do Habano (o evento mais importante do mundo dos charutos cubanos). Para Gérard, os puros perderam "a imagem elitista", apesar de serem fabricados com cuidados de artesão, como "um relógio suíço". "O charuto, que era pouco conhecido da população em geral, deixou a sua imagem elitista", explica. No entanto, "a precisão e a qualidade de trabalho", resultante do seu processo de manufactura artesanal, à semelhança dos relógios suíços, conferem-lhe "o prestígio mundial de que ainda goza".
Gérard diz que a cidade de Genebra é hoje a "Meca dos puros" e foi lá que nasceu a casa "Gérard Pére & Fils", a primeira loja no mundo especializada exclusivamente em charutos feitos à mão.
A imagem inicial associada ao charuto, de alguém de chapéu alto, com casaca, retrata um homem, mas Gérard acredita que este não é um mimo masculino. "Se hoje falam de vinho, penso que nos próximos anos vamos ter o charuto no universo feminino", garante. "É apenas uma questão de tempo", remata.
Vahé Gérard diz que há países onde o mundo dos charutos está em diferentes patamares de desenvolvimento, num mercado em que Cuba reina, mas onde também se vão afirmando as Honduras, o Equador, a República Dominicana (onde Gérard tem produção) e, também, o Brasil.
"O charuto consumido em convívio é um dos meus sonhos", garante. Especialmente em países como Portugal, onde, diz, o bom vinho e a boa mesa chamam a saborear um "puro".